Alice Cooper retorna aos palcos brasileiros como uma das grandes atrações do festival Best Blues and Rock de 2025. A 12ª edição do evento, marcada para os dias 7, 8, 14 e 15 de junho, reúne nomes expressivos da música como Black Pantera, Marcão Britto e Thiago Castanho, ex-integrantes do Charlie Brown Jr., e Dave Matthews Band. Para os fãs de rock, é uma oportunidade de ver de perto um artista que redefiniu as regras do gênero, atravessando décadas com uma sonoridade mutante e uma presença de palco que se tornou referência.
Best of Blues and Rock divulga line-up completo para edição 2025

Olhando para a trajetória de Alice Cooper, é impossível restringi-lo a um único estilo. Desde os anos 60, ele passou por transformações constantes, absorvendo e reinterpretando tendências, sem perder a identidade macabra e teatral que o tornou uma lenda. No início, sua música transitava entre o garage rock e o psicodélico, influenciado por bandas como The Doors e The Beatles, mas rapidamente evoluiu para um hard rock agressivo e performático, embalado por hits como “I’m Eighteen” e “School’s Out”. A transgressão de sua estética visual andava de mãos dadas com a sonoridade pesada, criando um espetáculo em que música e teatro eram inseparáveis.
Nos anos 70, o auge veio com álbuns como “Billion Dollar Babies” e “Welcome to My Nightmare”, que consolidaram seu domínio no rock teatral. Cooper entendeu o impacto da narrativa musical e levou seu som para um patamar conceitual, construindo álbuns que funcionavam quase como peças de horror. A teatralidade não era um acessório, mas uma extensão da música, e isso ressoou em artistas que viriam depois, de Kiss a Marilyn Manson.
Na virada dos anos 80, Alice Cooper flertou com o punk e a new wave, absorvendo a energia caótica da época sem comprometer sua essência. “Flush the Fashion” e “Special Forces” trouxeram sintetizadores e um vocal mais contido, em sintonia com a estética pós-punk que dominava a música alternativa. Mas o verdadeiro choque de estilo veio no final da década, quando ele abraçou o glam metal e produziu sucessos como “Poison”, que o inseriram na febre do hard rock radiofônico. Se antes ele era o mestre do horror teatral, agora se aproximava do mainstream com um som mais polido e acessível, sem perder a dose de perversidade que o tornava único.
A adaptação de Alice Cooper sempre foi um de seus trunfos. Nos anos 90, em vez de tentar seguir as tendências do grunge, ele mergulhou em uma sonoridade mais pesada e industrial com álbuns como “Brutal Planet” e “Dragontown”, nos quais experimentou com afinações mais graves e letras apocalípticas. Ele nunca se tornou uma caricatura do passado, mas um artista que sabia dialogar com o presente sem comprometer a própria mitologia. O século XXI o viu retornar ao hard rock clássico, com álbuns como “The Eyes of Alice Cooper” e “Dirty Diamonds”, resgatando uma sonoridade mais crua.
A longevidade da carreira de Alice Cooper é uma prova de sua capacidade de adaptação e reinvenção. Mais do que um artista ligado a um tempo ou a uma estética específica, ele soube absorver mudanças sem abrir mão de sua essência. Seus shows continuam entregando a mesma intensidade e teatralidade que marcaram sua ascensão, mas com a consciência de alguém que viu o rock passar por inúmeras transformações.
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