A temporada 2025 já oferece respostas suficientes para entender por que a “Las Mujeres Ya No Lloran World Tour” ultrapassou a categoria de turnê para se firmar como um acontecimento cultural, econômico e histórico. Shakira escolheu o Brasil como ponto de partida e, a partir dali, reorganiza escalas, pressiona cidades, redesenha estruturas de produção, movimenta aeroportos e coloca o setor de turismo em estado de alerta. Essa é a força de um espetáculo que chega ao mercado global com ambição rara, energia calculada e um impacto que atravessa música, indústria e comportamento. O show virou assunto em toda a América Latina, lotou agendas em ritmo de corrida e elevou a artista a um dos patamares comerciais mais altos de sua história.
A turnê nasce após sete anos após a última delas, a “El Dorado”, no rastro de um álbum que já havia consolidado uma Shakira renovada e focada em repertórios que misturam técnica, memória e ressignificação. O ponto de partida no Rio não foi só uma escolha estratégica. Representou o gatilho simbólico de uma artista que entende o peso do território latino em seu discurso e que organiza seu espetáculo com uma dimensão tão estratégica quanto emocional. O resultado surge nos números: mais de US$ 327 milhões arrecadados nos primeiros 64 shows, projeções que ultrapassam facilmente a casa dos bilhões em impacto econômico regional e recordes sucessivos em América Latina, América do Norte e México.
Essa é a maior turnê latina já realizada por uma mulher. E não se trata apenas de recorde. É uma demonstração de força cultural aplicada em escala global.
Um espetáculo construído para ser definitivo
Shakira fala em entrevistas que queria criar “o show da vida”. E a prática confirma a teoria. A artista estrutura uma produção monumental conduzida por processos longos, testes rigorosos e uma cadeia criativa que inclui estúdios de CGI, equipes de inteligência artificial, designers de palco, engenheiros de som, coreógrafos, artistas visuais e estilistas de alta moda. As telas de 160 pés moldam o espetáculo e abrem espaço para uma Shakira virtual que se funde às transições, criando uma experiência que mistura presença física com extensão digital.
O repertório abraça todas as fases da carreira com precisão e consciência. Há “Antología” com arranjos reconstruídos, o resgate de “Pies Descalzos, Sueños Blancos” e uma sequência de hits que contextualizam a artista dentro de três décadas de relevância. “Waka Waka”, “Estoy Aquí”, “She Wolf” e “BZRP Music Sessions, Vol. 53” formam um eixo que ganha força com elementos cênicos colossais, como a aparição do lobo gigante que domina o palco no ato final. Tudo flui dentro de uma narrativa que trata o show como documento artístico, manifesto e catarse.
Shakira entrega performance vocal, dança e presença cênica com uma precisão que evidencia rotina diária de ensaios de 12 a 14 horas. O corpo da artista se transforma em parte da maquinaria do espetáculo, sempre conectado a um palco que se move, ergue, avança e respira junto com ela.
A máquina econômica que Shakira movimenta
Poucas turnês da história recente provocaram efeitos tão tangíveis no turismo local quanto a “Las Mujeres Ya No Lloran World Tour”. Os dados são consistentes e ilustram a capacidade da artista de moldar fluxos internos e externos de visitantes.
No México, as sete datas esgotadas no Estadio GNP Seguros abrem precedentes inéditos. Shakira supera marcas históricas, atrai entre 30% e 40% de fãs viajantes, dobra a ocupação hoteleira em Guadalajara, eleva o turismo em Monterrey em mais de 60% e movimenta bilhões de pesos ao longo do período. A estimativa é de que seus shows na Cidade do México tenham impactado 5,5 bilhões de pesos e gerado cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.
No Brasil, agências reportam aumento de até 67% na busca por voos e hospedagens nas cidades por onde a turnê passou. Em Barranquilla, o impacto ultrapassa Col$200 bilhões, reorganiza datas de carnaval e reforça o argumento de que Shakira é uma potência capaz de modificar agendas culturais inteiras. A Latam chegou a criar voos adicionais para absorver a demanda emergencial. Em outros países da América Latina, hotéis, restaurantes e transportes viveram picos de faturamento raramente associados a um espetáculo musical.
A turnê virou motor econômico e transformou cidades em polos temporários de circulação cultural.
O porte gigantesco da turnê também trouxe atrasos, cancelamentos e adiamentos que geraram discussões intensas. Estruturas afetadas, problemas logísticos, incompatibilidades de agenda e protestos em grandes capitais impactaram parte do calendário. Isso reforça o tamanho da operação: falhas e acertos ocorrem sob holofotes globais. Ainda assim, a demanda se manteve intacta, com rápida troca de datas, reposicionamento de shows e reposição de ingressos vendidos em ritmo acelerado.
A rigidez da agenda deixa claro que Shakira opera em escala de festival permanente, com estrutura que rivaliza com produções de artistas como Taylor Swift, Beyoncé e Bad Bunny. A cada ajuste, a expectativa aumenta. O público segue acompanhando, as cidades seguem disputando e a máquina continua avançando.
A “Las Mujeres Ya No Lloran World Tour” passa à frente pela forma como combina espetáculo, narrativa, cultura e economia. Shakira devolve ao público latino um protagonismo global raramente alcançado por artistas da região e posiciona sua trajetória dentro de um contexto mais amplo de reinvenção e potência artística.
O show reúne técnica, impacto emocional, experiência sensorial e repercussão econômica em grau máximo. É entretenimento, documento histórico e afirmação de identidade.
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