Finalista do Prêmio Multishow de Humor e prestes a estrear como uma vilã cômica no longa “Cansei De Ser Nerd”, a artista revela nuances de melancolia na obra sobre os desafios e delícias da maternidade. “A poesia me salvou”, afirma.
Destaque no stand up comedy e nas mais diversas formas do humor, a carioca de 39 anos Ana Carolina Sauwen revela pela primeira vez ao público um outro lado: a melancolia da literatura. Tornando-se mãe de seu primeiro filho durante a pandemia, a artista escreveu o livro de poesias “A Mãe Desse Livro Não Sou Eu”, enquanto encarava as dores, delícias e questionamentos da maternidade, como a impossibilidade da presença na mãe, a dor da amamentação e a descoberta da imensidão do amor, através de imagens cotidianas. O lançamento está previsto para a primeira quinzena de julho na versão digital.
Além do livro, a atriz, que já esteve em “Vai Na Fé” (Globo), “Pedaço De Mim” (Netflix), “El Encargado” (Star+), “A Grande Farsa” (Multishow) e foi finalista do Prêmio Multishow de Humor, também está prestes a estrear como vilã em “Cansei De Ser Nerd”, longa de Gualter Pupo, ainda sem data anunciada.
A arte de ir do humor ao pranto – “Acredito que só quem consegue ir muito fundo na dor, consegue também ir no máximo do humor. Os dois estados estão intimamente ligados”, afirma a artista, que apesar de ser reconhecida pela comicidade, conta que já escrevia ares dramáticos desde a infância.
A poesia foi o alívio para um puerpério doloroso – Os primeiros meses da maternidade de Ana não foram fáceis. Tendo seu primeiro filho durante a pandemia e, por isso, sem rede de apoio, a atriz também encarava a deterioração da saúde mental de seu pai. “Éramos realmente só eu e o meu marido dando conta das demandas de casa e de um recém nascido”. Foi então que a escrita, que já era um hábito desde a infância, tornou-se uma forma de alívio e desabafo.
“A poesia me salvou muitas vezes, organizou os sentidos, secou feridas. Os poemas se desenhavam na minha cabeça enquanto eu amamentava, limpava fraldas, preparava comida, botava meu filho pra dormir”. A princípio, a intenção não era publicar, no entanto, Ana percebeu que a obra poderia ajudar outras mães a traduzir esse turbilhão de sentimentos vivido na maioria das vezes, de forma solitária.
De volta ao riso nas telonas em “Cansei De Ser Nerd” – No longa de Gualter Pupo, com Bia Guedes e Fernando Caruso, Ana Sauwen viverá Amanda, uma das vilãs. “Ela tem uma mistura de humor e sensualidade que eu curto muito explorar. Tá sempre rindo, mas um riso estranho que dá um pouquinho de medo”, conta a atriz. O filme está em pós-produção e ainda não divulgou data oficial para a estreia.
Meryl Streep, Fernanda Montenegro, Renata Sorrah, Bukowski e outras inspirações – Estreando nas novelas em “Vai Na Fé”, Ana Carolina conta que é um desafio e uma honra contracenar com Renata Sorrah. Entre outras inspirações, destaca nomes diversos, da literatura à atuação.
“Minhas referências são ecléticas como eu. Admiro um palhaço americano chamado Avner, The Eccentric, assim como a elegância e sagacidade de Meryl Streep. Reverencio Fernanda Montenegro, tenho referências fortes em Andréa Beltrão e Fernanda Torres. Na literatura, o realismo fantástico do Gabriel Garcia Marques ou a forma como Bukowski consegue extrair beleza e poesia de imagens extremamente cotidianas. Entre tantos outros”.
Mais um livro a caminho – Além de seguir no stand up comedy e no audiovisual e ser fundadora e atriz dos grupos “Bando de Palhaços” e “Las Panamericanas”, Sauwen conta que pretende lançar mais um livro em breve. Desta vez, reunindo poemas de amor. “‘Todos Seus’ trará textos que escrevi ao longo da vida para diversas pessoas. Estou revisitando, reescrevendo, consertando esses textos”.
Além disso, a artista está se dedicando a um texto de um espetáculo solo sobre maternidade. “Um trabalho em que eu possa explorar muita comicidade e também aprofundar toda a dor desse momento em uma experiência de prazer e cura para as mães”.
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