Quase dois anos depois do single “Despi do Meu Normal”, primeiro da artista lançado pelo Selo Curva, Ana Soares retoma as atividades com “Sozinha Pra Casa”. A faixa será parte do primeiro álbum da cantora, com lançamento previsto para novembro. O clima jazzístico/noir do último lançamento ainda ressoa na nova música, mas menos etéreo e com mais vigor. Tanto na estética quanto na letra, que aborda questões de autoconhecimento e pertencimento.
Sobre o processo de composição, Ana destaca que foi tomada por uma sensação de liberdade. “Pude colocar pra fora um sentimento que durante muitos anos ocupou parte de quem eu fui em silêncio. Me fez entrar em uma atmosfera de força e coragem”, explica a compositora. As gravações foram feitas no TruePeak Studio e Estúdio Terra, em Birigui/SP. “Entrar em estúdio, encarar tuas próprias letras e traduzir isso com a tua própria voz, parece um tanto zona de conforto, mas é um tanto desafiador. No entanto, as coisas se encaixavam muito facilmente. Isso se deve muito ao fato de poder trabalhar com quem já te conhece o suficiente pra saber onde pode exigir mais, e onde já foi entregue o que era preciso”, explica a cantora.
A faixa foi produzida por Alexandre Soares (Selo Curva), que também se encarregou da mix e master. A banda foi a mesma do single anterior: Paulo Grua (VelhoMoço, Zoe Trio) na guitarra, Du Martinez e Renan Augusto Dias (Tropicadelia) respectivamente no baixo e bateria, e Rodrigo Souza no trombone.
A presença do trombone aproxima a faixa de “Despi do Meu Normal”, single de 2021, mas em “Sozinha Pra Casa” a rotação é ligeiramente mais acelerada e existe uma atmosfera de tensão que parece nunca explodir. “Foi uma imersão em busca de influências, mas também uma revisitação ao que já me somava musicalmente como Cazuza, Cássia Eller e Beatles. Em específico para “Sozinha Pra Casa”, “Ritual” do Cazuza, estava em um repeat infinito quando a música foi feita”, comenta a cantora sobre a música que, além das influências mais clássicas traz ecos até de Amy Winehouse e PJ Harvey.
“Sozinha Pra Casa” e “Despi do Meu Normal” são duas músicas que se conversam e, aos poucos, vão revelando a narrativa por trás do álbum que virá. “As músicas propõem uma estética meio cores fortes em luz baixa, e uma persona mais firme e presente. Poderiam ser a continuação uma da outra tanto esteticamente quanto conceitualmente. O álbum foi pensado para existir como um relato. Traz algumas músicas muito antigas, enquanto eu ainda estava aprendendo o que era e como era compor, mas também traz músicas feitas durante o processo”, detalha Ana.