Imagine você tendo que conviver com o espírito do seu pai, com quem você não se dava bem, tentando justificar os erros em vida? Essa é a premissa do francês “Espírito de Família”, filme que chega nesta quinta-feira (17) nas plataformas de vídeo.
No filme, Alexandre é um escritor acaba de perder seu pai. No entanto, ele continua ouvindo, vendo e discutindo com ele. Só Alexandre consegue ver e falar com ele, o que causa preocupação em sua mãe e familiares, que o veem falar sozinho o tempo todo.
E no filme, não faltam personagens que ajudam, ou melhor, só confudem ainda mais a cabeça de Alexandre: a mãe que tenta encarar a viuvez; o irmão desapegado, a cunhada maluca, a esposa que não aguenta mais dividir espaço com as histórias do marido e o filho, com quem o pai tenta se reaproximar no meio dessa situação toda.
O diretor e roteirista Éric Besnard conta que a ideia do filme nasceu quando o pai dele morreu. “Eu me perguntava como eu conseguiria sair do estado de “falta” e “espanto” em que o desaparecimento dele me deixara, ou seja, como eu ia superar, “sublimar” esse luto… Sendo escrever a minha primeira neurose, muito logicamente resolvi abordar um texto em que meu pai, agora ausente, seria, mesmo assim, onipresente. Minha mãe tinha sido o ponto de partida de ‘Mes Héros’ (2012), o meu casamento, o de ‘O Sentido do Amor’ (2015), e, meu pai, portanto, seria o ponto de partida desse”, lembra.
Apesar da premissa, Besnard conta que “Espírito de Família” não é um filme de “fantasmas”. “É um longa sobre os sintomas da persistência, em si, da presença de entes queridos falecidos. Pessoas em quem pensamos e com quem deveríamos ter passado mais tempo juntos, a quem sentimos que esquecemos de dizer coisas essenciais e que pensamos que poderiam ter nos dado muito mais. Dê-me três minutos com ele ou ela! Apenas alguns segundos! Algumas palavras!”.
Veja o trailer: