O novo disco de Aitana, “Cuarto Azul”, é composto por 19 faixas que refletem uma profunda evolução artística e pessoal da cantora. Ela mergulha em novas sonoridades e emoções, construindo um universo musical onde a vulnerabilidade e a autenticidade ocupam o centro do palco.
Um dos atrativos mais evidentes de “Cuarto Azul” é sua longa lista de colaborações. Myke Towers, Jhay Wheeler, Barry B, Alaska, Danny Ocean, Kenia OS e Ela Taubert aparecem ao longo do disco, cada um contribuindo com suas identidades musicais. Apesar da promessa de diversidade sonora, essas parcerias acabam sendo uma das partes mais fracas do álbum. Nenhuma delas realmente se destaca ou acrescenta muito ao conjunto. Estão longe de ser ruins, mas também não impressionam.
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“Cuarto Azul” é, sem dúvida, o álbum menos comercial e mais pessoal de Aitana até agora. A proposta é clara: falar de sentimentos reais, traumas antigos, amadurecimento e recomeço. O título tem uma simbologia dupla, pois remete ao quarto azul onde Aitana cresceu e também ao fato de ser seu quarto disco de estúdio.
Musicalmente, o álbum oscila entre duas linhas principais. De um lado, um synthpop com tintas noventistas e pegada atual. Do outro, baladas lentas, densas, por vezes arrastadas, com produção minimalista e letras doloridas. Aitana escreve bem, e há frases bonitas e sensíveis ao longo do álbum, como a de “No quiero viajes entre las estrellas / Yo nunca me consideré una de ellas”. Mas o excesso de faixas com a mesma estrutura emocional e sonora torna o disco cansativo.
É fácil perceber que, com menos faixas, o impacto seria muito maior. Se o álbum tivesse 6 músicas a menos, provavelmente funcionaria melhor. Não porque as canções sejam ruins, mas porque há uma repetição temática e estilística que enfraquece a experiência como um todo. Algumas músicas parecem variações da mesma ideia: dor romântica, melancolia pop, refrões introspectivos.
Ainda assim, há destaques que merecem atenção. “Segundo intento” e “Superestrella” são faixas bem compostas, emotivas e equilibradas. “Música en el cielo”, dedicada ao avô da artista, é comovente em sua sinceridade. E “6 de febrero” é um acerto completo, com uma mistura energética de synthpop, disco e garage que inaugura o álbum com força e identidade.
No geral, “Cuarto Azul” é um disco honesto, mas que sofre com a própria ambição. É belo em intenção, coerente em proposta, porém repetitivo na execução. Funciona melhor em faixas isoladas do que como uma experiência contínua. Para quem acompanha a carreira de Aitana, fica evidente que ela está em um processo de maturação artística e emocional. E isso, por si só, já vale o projeto. Mas um pouco mais de edição e variação tornariam o álbum mais forte e memorável.
Nota: 73/100
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