Alessia Cara expande sua identidade artística em “Love & Hyperbole”, um trabalho que mergulha profundamente em influências do R&B-pop com forte presença do soul, especialmente em suas vertentes neo-soul e pop soul. O projeto busca consolidar uma abordagem mais sofisticada dentro do gênero, refletindo a evolução natural da cantora desde seus primeiros sucessos. A produção detalhada e a instrumentação refinada estabelecem uma base sólida para a proposta do álbum, embora sua execução por vezes peque pela linearidade.
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A sonoridade do disco é caracterizada por grooves bem trabalhados e uma atmosfera sofisticada que remete às principais referências do soul moderno. “Dead Man”, principal single, sintetiza bem essa intenção, trazendo uma instrumentação encorpada com elementos de jazz e big band que conferem à faixa um tom dramático. A interpretação de Cara se encaixa com precisão na construção da canção, enfatizando a temática emocional da letra sem cair no exagero. O instrumental denso e bem orquestrado destaca-se como um dos momentos mais marcantes do álbum, ainda que não traga inovações significativas ao estilo.
A produção privilegia uma abordagem minimalista em alguns momentos, permitindo que a voz da cantora tenha espaço para respirar dentro dos arranjos. Entretanto, essa escolha também acentua a falta de variedade ao longo do disco. Algumas faixas mantêm uma estrutura previsível, tornando-se repetitivas e carecendo de elementos que as diferenciem entre si. O domínio de Cara sobre o gênero é evidente, mas há uma sensação de que o material poderia ser mais ousado em termos de composição e dinâmica musical.
A produção sonora de “Love & Hyperbole” se beneficia de uma mixagem bem equilibrada, que garante clareza e profundidade aos arranjos. A bateria e o baixo são consistentemente bem definidos, sustentando as canções com firmeza sem sobrecarregar os outros elementos. A inclusão de nuances jazzísticas e texturas de soul adiciona camadas interessantes ao projeto, ainda que em alguns momentos a execução soe excessivamente contida.
O disco apresenta um direcionamento claro e coeso, evidenciando o amadurecimento artístico de Alessia Cara. Apesar de momentos de brilho, a falta de riscos e a repetição de fórmulas limitam o impacto do álbum como um todo. O projeto reforça as qualidades da cantora, mas também aponta para a necessidade de uma abordagem mais dinâmica e inovadora em seus trabalhos futuros.
Nota final: 68/100
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