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Crítica: “Amores Materialistas” (Materialists)

Texto: Ygor Monroe
23 de junho de 2025
em Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
0

Há uma certa ousadia em filmar sobre amor em tempos de saldo negativo. Ainda mais quando se trata de um amor que precisa caber entre boletos, desejos acumulados e dilemas de status social. “Amores Materialistas”, novo longa de Celine Song, não tenta nos convencer de que o romantismo sobrevive ileso à era dos aplicativos, mas também não o sacrifica no altar do cinismo moderno. Em vez disso, o filme propõe um encontro incômodo, melancólico e, ao mesmo tempo, cômico entre o amor idealizado e o amor possível.

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Crítica: "Amores Materialistas" (Materialists)
Crítica: “Amores Materialistas” (Materialists)

É curioso perceber como a diretora, responsável por “Vidas Passadas”, escolhe agora não o silêncio contemplativo, mas o barulho da cidade, dos encontros estratégicos e dos relacionamentos calculados. Nova York não é pano de fundo, mas peça central. A câmera passeia por uma cidade que não dorme e, principalmente, não perdoa quem esqueceu o preço da ambição. Celine Song filma como quem já entendeu que a vida adulta é, acima de tudo, uma sucessão de negociações entre o que se quer e o que se pode pagar. Literalmente.

No centro disso tudo está Lucy, interpretada por Dakota Johnson em uma das performances mais afiadas da carreira. Ela é uma casamenteira de elite, arquiteta de casais perfeitos para pessoas imperfeitas, alguém que organiza a vida amorosa dos outros enquanto a sua própria desmorona sob o peso das dívidas, dos fantasmas sentimentais e das decisões que, cedo ou tarde, cobram juros. A protagonista vive entre planilhas emocionais e planilhas financeiras, tentando entender onde termina o afeto e começa o investimento.

É aí que entra o triângulo. Não o amoroso, mas o estrutural. Porque “Amores Materialistas” não constrói tensão apenas entre três personagens, mas entre três ideias que se opõem o tempo inteiro: o amor como paixão, o amor como contrato e o amor como fuga. E nesse campo minado, Pedro Pascal e Chris Evans surgem não como rivais em uma disputa tola, mas como representações opostas de mundos inconciliáveis.

O texto de Song é cruel e encantador ao mesmo tempo. Existe uma comicidade afiada em cada linha, mas também uma tristeza que se infiltra devagar, como conta de luz atrasada. O filme nos faz rir não porque é leve, mas porque é absurdo. Porque há algo cômico em reconhecer que até o amor, esse sentimento supostamente puro, está sujeito à lógica de mercado.

Não é difícil imaginar por que esse longa vem sendo chamado de “comédia romântica retrô para adultos”. Ele evoca o charme dos anos 80 e 90, mas sem nostalgia plastificada. A sofisticação está no texto, no ritmo, nos silêncios desconfortáveis e nas pausas que dizem mais que qualquer declaração apaixonada. É uma obra que brinca com os clichês do gênero, mas nunca se acomoda neles.

Sim, há exageros. Sim, a premissa soa improvável. E sim, nem todo personagem parece ter saído de um mundo real. Mas é justamente essa camada de artificialidade que torna o filme mais honesto. Afinal, quem nunca se pegou idealizando uma vida que simplesmente não existe? “Amores Materialistas” reconhece o absurdo do próprio tempo e, ao invés de fugir dele, o abraça com ironia e sensibilidade.

Há também uma surpresa inesperada: Chris Evans. O eterno herói da Marvel finalmente parece confortável em um papel mais humano, falho, cotidiano. Sua atuação tem um tipo raro de entrega que dispensa heroísmo e busca, ao contrário, a vulnerabilidade que ele passou a maior parte da carreira tentando evitar. É uma presença que funciona porque não tenta dominar a cena, mas compartilhá-la.

“Amores Materialistas” pode não ter o impacto emocional de “Vidas Passadas”, mas isso é parte do seu projeto. Celine Song não repete a fórmula. Ela estuda novas linguagens, novos ritmos, novos desconfortos. Aqui, o amor não é lembrança de infância nem romance de verão, mas um contrato informal entre desejos e limites, em uma sociedade que mede afeto com a mesma régua com que mede o patrimônio.

Ao fim, fica a sensação de que vimos algo raro: uma comédia romântica que trata o amor como algo adulto. Com todas as contradições, ironias, fragilidades e cálculos que isso implica. E isso, por si só, já é um feito digno de atenção.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

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