“Ash” tenta ser aquele tipo de ficção científica grandiosa, cheia de imagens de outro mundo e reflexões existenciais. A premissa até promete: uma mulher acorda em um planeta distante e encontra a tripulação da sua estação espacial brutalmente morta. Só que, ao invés de entregar um suspense eletrizante ou uma jornada de terror cósmico, o filme parece mais preocupado em provar o quanto é “conceitual”. Lançado em março nos Estados Unidos, ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
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Visualmente, é um deslumbre. Cada cenário é um convite para contemplar o caos em alta definição. O espaço nunca pareceu tão belo e tão ameaçador ao mesmo tempo. Mas nem só de estética vive um filme, e é aí que “Ash” se perde. A narrativa se estende, achando que deixar o público confuso é sinônimo de profundidade. As reviravoltas se acumulam como se uma boa ideia pudesse disfarçar o vazio da trama.
O subtexto afrofuturista e ambientalista existe, mas parece uma carta na manga usada para compensar a falta de desenvolvimento narrativo. O filme quer fazer você refletir sobre a destruição da Terra e os perigos da exploração espacial, mas a mensagem se perde em meio a diálogos arrastados e atuações que, por vezes, soam tão artificiais quanto os efeitos especiais.
E já que falamos em atuações, não há muito para elogiar aqui. Mesmo com um elenco competente, a direção parece decidida a manter cada personagem tão estóico e desolado que a empatia vai para o espaço junto com a estação. Momentos que deveriam ser angustiantes acabam virando pura monotonia.
Por outro lado, a trilha sonora é uma experiência à parte. Flying Lotus mostra que entende como manipular emoções com música. Suas composições sintetizam o caos e a beleza do universo de forma tão marcante que, se você fechar os olhos, talvez o filme pareça melhor.
“Ash” tinha tudo para ser uma reflexão instigante sobre a fragilidade humana em meio ao desconhecido. Em vez disso, virou uma experiência cansativa, com lampejos de genialidade que não sustentam duas horas de pretensão. Se você quiser contemplar um espetáculo visual com uma trilha sonora impecável e não se importar em deixar a lógica no vácuo espacial, pode valer a tentativa. Caso contrário, talvez seja melhor procurar outra galáxia cinematográfica para explorar.
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