Crítica: “Babygirl”

“Babygirl” é um retorno corajoso ao gênero do thriller erótico, uma categoria praticamente extinta no cenário cinematográfico contemporâneo. Com Nicole Kidman no papel de Romy, a CEO de uma gigante de tecnologia, o filme se desenrola como uma exploração tensa de desejo, poder e autodestruição. Sob a direção de Halina Reijn, a narrativa nos conduz por territórios emocionais complexos e, por vezes, desconfortáveis, relembrando os clássicos dos anos 80 e 90, como “Instinto Selvagem” e “Proposta Indecente”.

Crítica: “Babygirl”

No centro da trama, Romy se envolve com Samuel, seu jovem estagiário interpretado por Harris Dickinson. Enquanto a dinâmica entre eles promete explorar questões de poder, submissão e desejo, o roteiro se limita a cenas tensas, mas superficiais, que não aprofundam as motivações ou consequências reais. A narrativa parece girar em círculos, hesitando entre a provocação e o conservadorismo.

Tudo seria facilmente resolvido com um pouco de terapia coletiva ou, quem sabe, um lay-off estratégico na empresa de Romy. Afinal, os dilemas apresentados, tanto pessoais quanto profissionais se acumulam sem uma resolução coerente. Há uma sensação de que o filme tenta abraçar temas profundos, mas acaba recuando antes de realmente confrontá-los.

Apesar disso, Kidman brilha, entregando uma performance ousada e cheia de nuances. Sua Romy é uma mulher em conflito, cuja vulnerabilidade contrasta com sua fachada de sucesso. Harris Dickinson também se sai bem como Samuel, embora o roteiro o prive de maior profundidade, deixando seu personagem mais como um símbolo de tentação do que alguém verdadeiramente tridimensional.

No fim, “Babygirl” é visualmente atraente e carregado por atuações sólidas, mas se perde em sua tentativa de recriar a essência dos thrillers eróticos dos anos 80 e 90. Com um roteiro mais robusto, poderia ter sido um estudo fascinante sobre poder e desejo. Do jeito que está, parece mais uma oportunidade perdida, ainda que com momentos de brilho graças à entrega de Kidman.

Avaliação: 2.5 de 5.

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