Baseado em uma das franquias de videogame mais vendidas da Gearbox Software, “Borderlands: O destino do universo está em jogo” acompanha Lilith (Cate Blanchett), uma criminosa com um passado enigmático, que retorna ao planeta Pandora em busca da filha desaparecida de Atlas (Edgar Ramirez). Para isso, forma uma equipe improvável composta pelo mercenário Roland (Kevin Hart), a adolescente Tiny Tina (Ariana Greenblatt) e seu protetor Krieg (Florian Munteanu), além da cientista excéntrica Dr. Tannis (Jamie Lee Curtis) e do robô falante Claptrap (Jack Black). A missão os leva a enfrentar bandidos, ameaças alienígenas e a desvendar um dos maiores segredos de Pandora.
O filme de 2024 chegou ao catálogo do Prime Video em março de 2025 e já ocupa o primeiro lugar entre os mais assistidos da semana.
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No entanto, “Borderlands” é um exemplo claro do cinema comercial contemporâneo desprovido de alma e visão. Não há um compromisso com a arte ou mesmo um esforço para respeitar o material original. O longa busca emular o estilo de James Gunn e “Guardiões da Galáxia”, mas sem a sinceridade ou o toque pessoal do cineasta. O humor é padronizado, derivado da fórmula saturada do MCU, tornando 95% do filme uma piada constante, o que esvazia qualquer tentativa de drama ou tensão.
A direção de Eli Roth é apática e sem identidade. Conhecido por seu trabalho em filmes de terror gore, Roth não parece a escolha ideal para uma adaptação voltada ao grande público. Para piorar, o filme passou por múltiplas refilmagens e edições ao longo de três anos, culminando em um resultado final incoerente. Tim Miller (“Deadpool”) foi chamado para refilmar partes do longa, o que indica a falta de confiança do estúdio no produto original.
O roteiro, que já foi revisado por Craig Mazin (“Chernobyl”, “The Last of Us”) antes de ser reescrito por Roth, carece de coesão e profundidade. A trama é estruturada de forma preguiçosa, confiando excessivamente na exposição em vez de explorar o potencial visual do cinema. As sequências de ação são estáticas e monótonas, limitadas a confrontos de tiro sem criatividade ou impacto.
O elenco também não ajuda. Kevin Hart é um erro crasso de escalação, incapaz de dar credibilidade ao seu personagem. Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis entregam performances mecânicas, enquanto Jack Black, como Claptrap, exagera ao ponto de tornar o personagem insuportável. A única exceção é Ariana Greenblatt, que ainda consegue alguma autenticidade no papel de Tiny Tina.
Visualmente, “Borderlands” também falha. O design de produção abusa de cores berrantes e cenários superiluminados, resultando em um visual artificial e desprovido de identidade própria. Os efeitos visuais são inconsistentes, reforçando a sensação de um projeto apressado e sem refinamento técnico.
No geral, “Borderlands” se junta ao péssimo histórico de adaptações de videogame que tratam a fonte original como um mero chamariz comercial. Não há caráter, paixão ou criatividade na execução, apenas uma tentativa de capitalizar em uma marca conhecida. Diante do avanço positivo de adaptações como “The Last of Us”, “Fallout” e “Super Mario Bros”, este filme se torna um retrocesso. Um projeto condenado desde o início, que reforça a esperança de que esse tipo de produção genérica desapareça do mercado cinematográfico.
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