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Crítica: “Clown in a Cornfield”

Texto: Ygor Monroe
12 de maio de 2025
em Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
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No atual panorama do cinema de horror, em que o subgênero slasher sofre com o esvaziamento de sua potência criativa em meio à estagnação de franquias e à ausência de material original, “Clown in a Cornfield” surge como um exercício formal consciente de suas referências e limitações. Dirigido por Eli Craig e baseado no romance de Adam Cesare, o filme não propõe rupturas nem se articula como uma reinvenção do gênero, mas afirma-se com segurança como um retorno deliberado às fórmulas clássicas que moldaram o horror comercial das décadas de 1980 e 1990. A estrutura narrativa, fortemente arquetípica, alinha-se ao modelo do slasher tradicional: um grupo de adolescentes, isolados em uma pequena cidade rural, é progressivamente eliminado por uma entidade mascarada que carrega, além de uma arma letal, o peso simbólico de um trauma coletivo.

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Crítica: "Clown in a Cornfield"
Crítica: “Clown in a Cornfield”

A narrativa se constrói a partir de um prólogo datado de 1991, em que os primeiros assassinatos, ocorridos durante uma festa nos arredores da antiga fábrica de xarope Baypen, marcam o surgimento da figura do palhaço Frendo como mascaramento da violência. Na contemporaneidade, a chegada de Quinn Maybrook e seu pai à cidade de Kettle Springs funciona como o gatilho para a reatualização do trauma fundante. O roteiro estabelece, de maneira deliberadamente convencional, os arquétipos clássicos do grupo juvenil: a rainha social, o atleta, o nerd, a nova aluna deslocada, todos inseridos em uma dinâmica relacional que serve tanto para organizar a expectativa narrativa quanto para justificar os códigos de punição moral que o slasher historicamente mobiliza.

Eli Craig opta por uma mise-en-scène que privilegia a nitidez formal em detrimento do excesso estilístico. As sequências de assassinato, embora menos criativas do que aquelas presentes em “Tucker e Dale Contra o Mal”, são executadas com rigor técnico e senso de timing cômico preciso, o que atesta a familiaridade do diretor com a gramática do horror cômico. A presença cênica de Katie Douglas, no papel de Quinn, confere à protagonista uma densidade rara dentro do escopo genérico. Sua performance articula vulnerabilidade e agency com consistência, o que a posiciona como uma potencial final girl de uma nova geração, mesmo que envolta em uma narrativa que evita complexificações temáticas mais densas.

A principal limitação estrutural do filme reside em seu segundo ponto de virada, onde se revela a motivação por trás da violência. Embora o filme tente ancorar os assassinatos em um discurso de conflito geracional e ruptura com as tradições, a explicitação dessas motivações soa excessivamente explicativa e, paradoxalmente, superficial. O subtexto que tenta tensionar modernidade e conservadorismo como forças em choque na microcomunidade rural carece de densidade ideológica. O resultado é uma tentativa de crítica social que se esgota em sua literalidade, funcionando mais como justificativa narrativa do que como camada crítica autêntica. Ainda que o romance de Cesare ofereça margens para esse tipo de desenvolvimento, o filme opta por não aprofundar os elementos sociopolíticos de sua premissa.

A força de “Clown in a Cornfield” está, portanto, menos na originalidade e mais na eficácia com que mobiliza os signos do gênero. Craig demonstra habilidade ao estruturar a progressão dramática com ritmo eficiente e equilíbrio tonal entre tensão e alívio cômico, respeitando a lógica interna do slasher clássico sem apelar à metalinguagem ou ao pastiche. A iconografia do palhaço assassino é explorada com propriedade estética, e o uso do cenário rural, com seu milharal labiríntico, reitera a tradição do espaço isolado como amplificador do terror. O filme é, em última instância, uma ode formalista a um modelo de horror que prioriza o entretenimento direto, com linguagem acessível e pulsão nostálgica.

Enquanto adaptação, “Clown in a Cornfield” se posiciona como ponto de partida sólido para uma eventual franquia. O material de base oferece um universo narrativo amplo o suficiente para múltiplas derivações. A depender do desempenho comercial e da aceitação crítica, o filme pode estabelecer um novo ciclo de horror seriado com raízes em um cânone literário, algo que o cinema de gênero norte-americano frequentemente tenta mas raramente realiza com sucesso. O que se vê aqui, portanto, é a fundação potencial de um novo imaginário serializado, que, mesmo calcado em estruturas antigas, pode assumir relevância renovada no contexto do horror industrial.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 3.5 de 5.

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