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Crítica: “Criaturas da Mente”

Texto: Ygor Monroe
10 de maio de 2025
em Documentários, Resenhas/Críticas
0

No documentário “Criaturas da Mente”, o diretor Marcelo Gomes constrói uma jornada sensorial e investigativa que articula três planos distintos, mas entrelaçados: a ciência dos sonhos, os saberes ancestrais e a subjetividade do cineasta. A figura central é o neurocientista Sidarta Ribeiro, cuja obra sobre a natureza onírica da mente serve como eixo científico do filme. No entanto, o projeto não se contenta em ser um retrato ilustrativo de suas ideias: busca transpor essas teorias para um campo expandido, conectando neurociência, espiritualidade e cultura popular brasileira.

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Crítica: "Criaturas da Mente"
Crítica: “Criaturas da Mente”

Do ponto de vista formal, o documentário se estrutura em ciclos de escuta. Marcelo não filma apenas Sidarta e seus pares em ambiente acadêmico; ele opta por registrar também lideranças indígenas, mães de santo e outros sujeitos que ocupam territórios simbólicos distantes da ciência institucionalizada. Esse gesto de abertura é, na prática, o maior acerto do filme. Ele transforma o sonho — tema que escapa à empiria — em um campo comum de saber, onde distintas epistemologias se tocam. O documentário trata o sonho como um dado coletivo e plural, e não como sintoma exclusivamente neurológico.

A direção de Gomes recorre a uma mise-en-scène subjetiva que evoca o próprio estado onírico: câmeras de ombro seguem personagens por corredores e trilhas, enquanto sons e trilhas sutis operam numa camada psicoacústica de sugestão. As imagens acompanham Sidarta Ribeiro por instituições de pesquisa e paisagens brasileiras, criando uma dicotomia constante entre o concreto e o difuso. Os ambientes urbanos e naturais funcionam como contrapontos visuais aos espaços mentais que o filme se propõe a investigar. Um carnaval de Olinda, por exemplo, adquire carga simbólica tanto quanto um EEG em um laboratório. A câmera — por vezes nas costas dos personagens, por vezes próxima do rosto — alterna entre o voyeurismo contemplativo e a imersão emocional.

A lógica narrativa do filme se ancora na figura do aprendiz. Marcelo se posiciona como alguém em busca de um saber que lhe falta, especialmente após constatar sua desconexão com os próprios sonhos durante a pandemia. Essa ausência se torna motor dramático e subjetivo do filme. Em vez de um entrevistador neutro, temos um autor em processo de busca — e esse dispositivo autobiográfico cria um ponto de entrada afetivo para o espectador, mas também impõe limites de profundidade crítica.

O filme assume uma estrutura mosaico, justapondo depoimentos, registros cotidianos e interlúdios poéticos. Essa pluralidade é importante para a proposição que o documentário faz: a de que sonhar é uma experiência que atravessa fronteiras disciplinares, sociais e espirituais. No entanto, há momentos em que essa abertura é podada. Convidados com visões mais céticas ou materialistas são ouvidos brevemente, mas não ganham espaço suficiente para tensionar a narrativa. Isso enfraquece a proposta de complexidade do tema e torna o filme um pouco fechado em sua vocação ecumênica.

Do ponto de vista técnico, o documentário aposta em uma fotografia sensorial e um design de som etéreo que evocam um estado de suspensão constante, reforçando a ambiência onírica. A trilha sonora evita o protagonismo, funcionando mais como sugestão atmosférica do que como guia emocional. É um tratamento coerente com o tema, mas que em alguns momentos gera redundância rítmica, tornando o filme excessivamente contemplativo, especialmente na reta final.

Narrativamente, “Criaturas da Mente” tenta equilibrar o papel do cientista e o da figura mística, propondo uma escuta horizontalizada. Mas há um desnível sutil: Sidarta Ribeiro, com sua retórica articulada e domínio técnico, acaba dominando o discurso, mesmo quando o filme tenta relativizar seu lugar de autoridade.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 3.5 de 5.

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