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Crítica: “Força Bruta: Punição” (Beomjoidosi 4)

O filme “Força Bruta: Punição” chega aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira, 10 de abril de 2025, consolidando o quarto capítulo da franquia sul-coreana que transformou Ma Dong-seok em um dos rostos mais reconhecíveis do cinema de ação asiático.

Desta vez, o detetive Ma Seok-do encara uma missão internacional ao investigar a morte de um renomado desenvolvedor de aplicativos filipino, revelando rapidamente um esquema de jogos de azar comandado por uma figura poderosa e envolvida em crimes que vão de lavagem de dinheiro a sequestros. Para desarticular a operação, a equipe da polícia precisa agir com estratégia, inclusive negociando alianças improváveis. O resultado é um filme que, mesmo mantendo a fórmula da franquia, parece mais confortável com a própria identidade e mais disposto a rir de si mesmo.

Saiba o que chega aos cinemas em abril de 2025

Crítica: “Força Bruta: Punição” (Beomjoidosi 4)

Após uma terceira entrada genérica, o novo longa pode ser lido como um retorno à forma. Ao invés de tentar expandir a escala do universo com pretensões grandiosas, “Punição” retoma o que deu certo nos capítulos anteriores: um protagonista carismático, vilões com aparência ameaçadora e narrativa direta, sem rodeios. A estrutura é funcional, simples, quase econômica, e essa é justamente sua força.

A ação, embora presente, é menos impactante do que em capítulos anteriores. As coreografias de combate são eficientes, mas perdem força visual frente à edição acelerada e ao uso limitado de planos mais longos. Ainda assim, Ma Dong-seok continua sendo um diferencial: sua fisicalidade imponente, aliada a uma expressividade quase cômica, cria um contraste que dá personalidade às sequências de pancadaria. Seu estilo de combate continua o mesmo o que reitera a assinatura da franquia, sem reinventar nada, mas tampouco errar o tom.

O vilão Baek Chang-ki, interpretado por Kim Mu-yeol, traz um antagonista mais visualmente impactante que complexo. Sua presença funciona bem como ameaça pontual, com olhos gélidos e uma frieza quase clínica. Embora não haja desenvolvimento psicológico relevante, ele cumpre seu papel dentro da lógica da franquia: ser um obstáculo físico e moral para que Ma Seok-do possa fazer justiça com os próprios punhos.

Narrativamente, o longa equilibra bem os momentos de investigação, humor e ação, sem jamais se estender desnecessariamente. A comédia, aliás, está mais refinada aqui do que em entradas anteriores, funcionando com timing e alívio real entre cenas mais intensas. Há um certo amadurecimento no roteiro, não em termos de profundidade dramática, mas de ajuste de tom. A série parece finalmente saber o que quer ser: um produto de entretenimento focado, com senso de ritmo e autoconsciência.

Essa autoconsciência talvez seja o principal triunfo de “Força Bruta: Punição”. O filme não busca expandir o universo com exageros artificiais nem tenta transformar a franquia em algo que ela não é. Ainda que a entrevista de Ma Dong-seok de 2022 tenha levantado alertas ao indicar uma tentativa de replicar o modelo hipertrofiado de “Velozes e Furiosos”, a realidade é que The Roundup se recusa a abandonar seu DNA de filme policial urbano com sotaque local e escala humana. A cada novo capítulo, o universo permanece reconhecível, funcional e familiar.

A comparação com “John Wick” é inevitável, mas revela algo mais interessante: enquanto Hollywood persegue a escala crescente, o universo “The Roundup” investe na repetição bem executada. Os filmes operam como variações da mesma fórmula, mas cada um ajusta o equilíbrio entre ação, humor e tensão de forma consciente. E se esse equilíbrio significa ver Ma Dong-seok desferindo socos do tamanho de marretas contra gângsteres em becos mal iluminados, então que assim seja.

“Força Bruta: Punição” reafirma que a franquia funciona melhor quando se mantém fiel à sua essência: ação direta, humor preciso e personagens carismáticos. Mesmo sem grandes surpresas, o filme entrega o que promete e, mais importante, entende o que seu público deseja ver. Há algo quase reconfortante em saber que nem toda saga de ação precisa acabar em explosões cósmicas ou saltos de helicóptero no espaço.

Avaliação: 3 de 5.

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