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Crítica: Kali Uchis, “Sincerely,”

Texto: Ygor Monroe
12 de maio de 2025
em Música, Resenhas/Críticas
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“Sincerely”, quinto disco de estúdio de Kali Uchis, consolida uma virada introspectiva, orquestrada e autoral na trajetória da artista colombiana-americana. Após o híbrido “Orquídeas” e seu respectivo deluxe, a cantora retoma o inglês e se ancora em uma estética de suavidade contínua, ancorada em arranjos detalhados e uma produção minimalista, mas sofisticada. O álbum é descrito pela própria como seu trabalho mais “existencial” e isso se reflete tanto na atmosfera quanto na engenharia emocional das faixas. A produção privilegia camadas texturais que funcionam como extensão direta da voz: cordas, reverberações de guitarra, harpas e pads orquestrais emolduram um álbum de R&B atmosférico, sustentado mais pelo timbre como instrumento do que por qualquer lógica de radiofonia.

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Crítica: Kali Uchis, “Sincerely,”
Crítica: Kali Uchis, “Sincerely,”

O primeiro elemento técnico a ser destacado é a coesão tímbrica do projeto. “Sincerely” evita o desequilíbrio frequente de muitos álbuns ao evitar o uso de produtores distintos para cada faixa. A arquitetura sonora é firmemente guiada por uma direção artística que privilegia a continuidade emocional, utilizando microdinâmicas de textura como elemento de progressão. Harpas cristalinas e violões processados com reverb longo e decay lento se misturam a harmonias vocais multitrilhadas, construindo um senso de espaço que simula ambientes intimistas.

A interpretação vocal de Kali é o centro gravitacional do disco. Seu uso de layering vocal, com harmonias internas sutilmente dissonantes, revela uma cantora que domina com precisão o próprio instrumento. As faixas não sobrecarregam a estrutura harmônica com progressões rebuscadas, mas criam, em vez disso, paisagens tonais suspensas, onde o tempo parece desacelerar. A comparação mais próxima seria com o trabalho de artistas como Solange em “A Seat at the Table” ou Rhye no disco “Home”: trabalhos em que o silêncio entre as notas é tão importante quanto a nota em si. O mix do álbum respeita isso, mantendo a voz sempre no primeiro plano estéreo, levemente amaciada por compressores analógicos e reverbs de convolução.

A produção evita comedidamente qualquer assalto percussivo. Há uma decisão deliberada de não utilizar beats eletrônicos proeminentes ou grooves programados em BPMs acelerados. Quando surgem funcionam quase como quebra de padrão, tensionando um pouco o fluxo moroso do restante da tracklist. A crítica mais técnica ao disco reside justamente aí: a ausência de curvas dramáticas ou faixas mais rítmicas compromete, em parte, a longevidade da experiência auditiva linear. Essa constância harmônica e textural, embora sofisticada, pode induzir certa homogeneização da percepção, especialmente na segunda metade do álbum, onde a diferença entre as faixas tende a se dissolver em uma ambiência contínua.

Liricamente, Kali se ancora em imagens de transfiguração emocional e resignificação íntima. A artista explora ideias de perda, resiliência e sentido mas faz isso sem recorrer a uma linguagem densamente metafórica. Ao contrário, há um refinamento melódico nas letras, que flertam com o poético sem perder o caráter de confissão. Isso permite que o ouvinte se relacione com o conteúdo sem precisar decodificar símbolos opacos. É um álbum existencial sem ser hermético, pessoal sem ser hermetizado pelo egocentrismo.

“Sincerely” é também um projeto de engenharia de ambiência emocional. Cada faixa parece cuidadosamente construída para se integrar ao todo como um movimento de suíte, não como hit isolado. Kali Uchis entrega aqui o que poucos artistas de R&B conseguem: um álbum cuja força está na contenção, e não na exuberância. Um projeto para ser ouvido em sequência, com atenção às texturas, à voz como elemento instrumental, e à delicadeza quase meditativa que permeia cada segundo.

Se “Isolation” era um manifesto de pluralidade estética e “Orquídeas” um mergulho na latinidade de palco, “Sincerely” é um disco de quarto fechado, de carta escrita à mão, de voz como oração.

Nota: 80/100

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