Lançado em outubro de 2016, “Joanne” marcou uma guinada significativa na carreira de Lady Gaga. Após a grandiosidade eletrônica de “ARTPOP” e a colaboração jazzística em “Cheek to Cheek”, a cantora decidiu despojar sua sonoridade, entregando um álbum focado em soft rock, country e folk, com uma produção conduzida ao lado de Mark Ronson. Com referências explícitas à sua família (em especial à sua falecida tia Joanne) o disco explora temas íntimos, solidificando-se como um projeto de retorno às raízes e afastamento do pop maximalista que definiu seus primeiros anos. Comercialmente, o álbum garantiu bons números, liderando charts internacionais e sendo promovido por turnês e performances de alto perfil, incluindo o Super Bowl LI. Ainda assim, seu conteúdo dividiu a crítica e o público.
Lady Gaga vem ao Brasil em 2025 para um show histórico na Praia de Copacabana, um evento que celebra sua trajetória e sua relevância global. O espetáculo conta com um time de patrocinadores de peso: Santander (banco oficial), Latam Airlines (transporte oficial), Deezer (player oficial) e Eventim (apoiador oficial). A realização do evento fica a cargo da Live Nation e Bônus Track, com suporte comercial da Klefer e apoio institucional da Prefeitura do Rio de Janeiro, Governo do Estado do Rio de Janeiro, RioTur e VisitRio. No Brasil, a distribuição do catálogo de Lady Gaga é feita pela Universal Music. Para mais informações basta clicar aqui.

Olhando para trás, parece óbvio que “Joanne” seria, de certa forma, um detox criativo. Após um ciclo turbulento que culminou no desgaste físico e mental de Gaga durante a era “ARTPOP”, o novo álbum soa como tentativa deliberada de recomeço, como se a artista buscasse no country e no soft rock uma espécie de exílio emocional. O problema é que essa busca por autenticidade acaba perdida no caminho, resultando em um disco que hesita entre romper e manter velhos hábitos. Lady Gaga, por mais que tente, nunca abandona completamente o pop polido, o que transforma Joanne em um híbrido estranho, onde riffs de guitarra, baterias discretas e sintetizadores suaves coexistem sem coesão clara.
O disco caminha em um terreno incômodo de indecisão. Canções como “A-Yo” e “Dancin’ in Circles” misturam uma estética country superficial com batidas pop pouco convincentes, como se quisessem agradar tanto ao público das rádios quanto ao público de bar de estrada, sem se comprometer com nenhum dos dois. Baladas como “Million Reasons” e “Angel Down”, embora bem intencionadas, carecem da força emocional que Gaga já mostrou dominar em álbuns anteriores. A produção, engessada pela tentativa de suavizar tudo, impede que os momentos de maior explosão realmente ganhem corpo.
Curiosamente, é nas faixas mais simples que “Joanne” encontra breves lampejos do que poderia ter sido. “Diamond Heart” carrega uma energia crua, com uma guitarra rosnando ao fundo que combina com a voz rasgada de Gaga. A faixa-título, por sua vez, é uma balada genuína, quase frágil, que contrasta com o restante do disco e expõe com honestidade sua motivação pessoal. Mas esses momentos são exceção em um álbum que parece temer tanto seus extremos que se acomoda no morno.
Muitos apontaram que Gaga, ao abandonar o pop eletrônico, teria perdido sua identidade, o que não é exatamente o cerne da questão. O problema de “Joanne” não é a ausência de synths ou refrões grandiosos, mas sua falta de comprometimento real com a proposta. O disco soa como um exercício inacabado de estilo, onde a vontade de limpar a lousa esbarra em vícios antigos e escolhas seguras.
A intenção, no fim, nunca esteve em xeque. Gaga claramente precisava desse álbum como um passo interno, uma ponte entre a exaustão de “ARTPOP” e a reinvenção plena que viria em “A Star Is Born”. Mas, como obra, Joanne permanece como um registro desigual: um álbum que deseja ser íntimo e confessional, mas cuja execução tropeça em indecisões estéticas que minam sua potência.
Nota final: 60/100
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