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Crítica: Lana Del Rey, “Blue Banisters”

Texto: Ygor Monroe
19 de maio de 2025
em Música, Resenhas/Críticas
0

Oito meses depois de “Chemtrails over the Country Club”, um álbum etéreo e, por vezes, abstrato, Lana Del Rey entrega “Blue Banisters” como quem abandona os disfarces, larga os véus do estrelato e encara o público com uma honestidade desconcertante. Lançado em 22 de outubro de 2021, no rastro de uma pandemia ainda latente, o disco parece ter sido gestado entre a introspecção forçada e a reconstrução de um eu lírico que já não consegue mais habitar os castelos dourados da persona hollywoodiana.

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Crítica: Lana Del Rey, "Blue Banisters"
Crítica: Lana Del Rey, “Blue Banisters”

O que se ouve em “Blue Banisters” é a tentativa quase documental de Lana de costurar a própria biografia com fios de imperfeição, dor e resiliência doméstica. Não há mais espaço para os cenários cinematográficos e os amores amaldiçoados com trilha sonora de cordas épicas. Agora, ela escreve sobre pintar o corrimão da varanda, sobre as amigas que seguram sua mão, sobre os ex-namorados que pareciam entorpecidos demais para acompanhá-la. Há uma recusa deliberada ao espetáculo. Um álbum que começa como nota de rodapé de “Chemtrails…” e termina se afirmando como obra de identidade própria, muito mais ousada e muito mais reveladora.

A estrutura narrativa se alterna entre o memorial íntimo e o comentário social soterrado por metáforas caseiras. Não é difícil imaginar Lana observando a poeira assentar nas ruas calmas de alguma cidade pequena, tentando conciliar a saudade de Los Angeles com a brutalidade silenciosa do isolamento pandêmico. Há um desconforto latente em sua busca por uma vida simples. E é justamente nesse desconforto que a obra cresce. Quando ela canta em “Violets for Roses” sobre trocar caminhonetes por cavalos, a letra se desloca da anedota rural para um símbolo maior de regressão, de abandono involuntário de um estilo de vida que, embora vazio, era familiar. O violeta se torna rebelião, memória e afeto, tudo ao mesmo tempo.

Produzido por uma constelação de nomes entre eles Mike Dean, Rick Nowels, Zach Dawes e a própria Lana, o disco se mantém coeso, ainda que experimental em seu recorte. Em comparação com os trabalhos anteriores, há uma notável supressão de artifícios. As melodias frequentemente se arrastam, as composições se estendem com uma cadência que desafia o rádio. Em vez de cortes pop calculados, o que se encontra é um fluxo contínuo, quase meditativo, onde versos são despejados como entradas de diário. É um álbum que recusa o imediatismo e exige escuta profunda, como se cada faixa fosse menos uma canção e mais uma janela entreaberta para uma artista em pleno processo de desnudamento emocional.

A voz, sempre um instrumento central na estética de Del Rey, ganha novas cores aqui. Em certos momentos, evoca uma crueza digna de Courtney Love. Em outros, ressoa com a profundidade vibrante de uma Patti Smith que trocou as guitarras pelas paisagens do deserto. Há um nervosismo ali, como se cada nota estivesse tentando se manter de pé diante do colapso iminente. Essa qualidade, por vezes desconfortável, é o que torna “Blue Banisters” tão impactante. Porque se “Chemtrails…” era uma fuga disfarçada de contemplação, “Blue Banisters” é a aterrissagem dura, porém necessária.

Muitos criticaram a redundância temática do álbum, como se Lana estivesse presa aos mesmos fantasmas. O que escapou a esses críticos foi o fato de que o exercício aqui é outro. Não se trata de repetição, mas de uma espécie de arqueologia emocional. O trabalho é menos sobre o que foi dito e mais sobre como, onde e por que aquilo precisa ser dito novamente. O tempo verbal é essencial: não há pretensão de futurismo. Há um agora distorcido, carregado de lapsos de memória e flashes de lucidez, como se cada faixa fosse escrita entre uma ligação perdida e uma xícara de café frio na varanda.

“Blue Banisters” é, em essência, a negação do espetáculo. Um gesto de afirmação autoral em meio a um período em que Lana Del Rey parecia mais perseguida por julgamentos do que ouvida de fato. Quando foi acusada de alheamento, ela devolveu canções sobre o cotidiano. Quando quiseram glamour, ela ofereceu feridas abertas, confidências sussurradas e retratos de uma artista que, ainda que não saiba para onde vai, decidiu não mentir sobre onde está.

Nota: 88/100

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