“Love” explora a complexidade das conexões humanas e a busca por intimidade. A trama acompanha Marianne, uma médica pragmática, e Tor, um enfermeiro compassivo, ambos com aversão a relacionamentos convencionais. Após um encontro casual em uma balsa, onde Tor costuma buscar encontros com homens, os dois iniciam uma conversa que desafia suas perspectivas sobre o amor e a intimidade. Intrigada pelas experiências e visões de Tor sobre conexões espontâneas, Marianne começa a questionar as normas sociais e se abre para novas possibilidades de relacionamento. Estrelado por Andrea Bræin Hovig e Tayo Cittadella Jacobsen, com uma abordagem intimista, o longa propõe uma reflexão sobre a fluidez dos relacionamentos e os diversos modos de se conectar com o outro.
A Imovision lançará no Brasil “Dreams”, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2025, ainda sem data definida para estreia. Além disso, no dia 3 de abril, chegam aos cinemas “Sex” e “Love”, novos filmes do renomado cineasta Dag Johan Haugerud.
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O diretor prossegue com sua exploração das relações humanas nesta segunda parte de sua trilogia sobre os sentimentos, depois do mais introspectivo “Sex” (Seks). Desta vez, a abordagem se afasta da introspecção e se volta para o coletivo, com um olhar mais amplo sobre as interações e expectativas sociais em relação ao amor. Inspirado pela comédia niilista de Joachim Trier e pela ironia de Woody Allen, o diretor imprime um realismo agridoce, pontuado por pequenos gestos e abordagens tímidas. O filme capta com autenticidade a confusão e as incertezas de seus personagens, traçando um paralelo entre suas buscas pessoais e os preparativos para o aniversário da fundação de Oslo. A cidade se torna um reflexo da sociedade norueguesa, celebrando uma suposta abertura, mas ainda presa a tabus e hipocrisias.
A estrutura narrativa, baseada em diálogos longos e naturais, favorece o desenvolvimento orgânico dos personagens. A linguagem visual segue a estética do cinema nórdico, com enquadramentos fixos e zooms sutis que reforçam a exploração emocional. No entanto, em comparação com “Sex”, “Love” parece menos ousado, abordando temas mais universais e acessíveis. O foco na relação entre Marianne e Tor cria momentos genuínos de cumplicidade, mas também dá a impressão de um filme mais voltado ao grande público, em detrimento da profundidade psicológica do primeiro filme da trilogia.
O filme também apresenta uma subtrama envolvendo Thor e Bjørn, que adiciona complexidade ao retrato da homossexualidade masculina. No entanto, a representação dessa dinâmica pode ser questionada: a insistência de Thor em ignorar os limites de Bjørn e forçar sua presença acaba sugerindo uma mensagem ambígua sobre consentimento. Em vez de uma narrativa de descoberta e aceitação mútua, a relação acaba reforçando clichês de comportamento predatório. Isso prejudica o impacto da história e contrasta com o tom mais sensível adotado no resto do filme.
Apesar dessas ressalvas, “Love” é um filme bem estruturado, que se destaca por sua direção sutil e performances autênticas. A abordagem minimalista e a escolha de um ritmo mais contemplativo podem afastar parte do público, mas também garantem uma experiência cinematográfica envolvente para aqueles dispostos a se perder nas nuances das relações humanas. No fim, “Love” confirma a capacidade do diretor de criar narrativas que, mesmo quando não respondem a todas as perguntas, deixam marcas duradouras em seus espectadores.
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