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Crítica: “Missão: Impossível” (Mission: Impossible)

Texto: Ygor Monroe
11 de abril de 2025
em Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas

Lançado em 1996, “Missão: Impossível” não apenas inaugurou uma das franquias mais longevas e consistentes do cinema de ação moderno, como também serviu como um estudo estilístico do cinema de gênero sob a assinatura de Brian De Palma. Embora seja frequentemente lembrado por suas cenas icônicas de espionagem e ação, o filme revela uma arquitetura muito mais sofisticada: uma interseção entre o blockbuster norte-americano e a mise-en-scène autoral herdada do suspense paranoico dos anos 1970.

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Crítica: "Missão Impossível" (Mission : Impossible)
Crítica: “Missão Impossível” (Mission : Impossible)

Naquele momento, adaptar a clássica série de TV “Mission: Impossible” (1966–1973) para os cinemas parecia um desafio que exigia reformulação de linguagem e atualização de códigos narrativos. A escolha de De Palma como diretor foi determinante para definir o tom da nova encarnação da IMF: não se tratava de uma simples transposição televisiva, mas de uma reinvenção estilística embasada em tensão formal, linguagem visual hipercodificada e uma desconstrução deliberada da noção de “equipe”, essencial no material original.

A sequência de abertura em Praga, cuidadosamente construída em torno de ângulos oblíquos, composições simétricas e manipulação subjetiva da informação visual, já estabelece o estilo paranoico e manipulativo que permeia toda a narrativa. A câmera de De Palma funciona menos como testemunha e mais como agente: está sempre observando, espionando, desestabilizando. Essa abordagem reverbera diretamente nas escolhas de edição, especialmente nos momentos em que a lógica da montagem alterna entre o ponto de vista dos personagens e o da própria encenação, criando um clima de incerteza narrativa constante.

O roteiro, assinado por David Koepp e Robert Towne, é deliberadamente fragmentado e baseado em lacunas interpretativas, o que demanda um espectador ativo. A trama gira em torno de Ethan Hunt (Tom Cruise), um agente acusado de trair sua equipe e que precisa operar à margem da estrutura oficial para provar sua inocência. Esse motivo clássico de traição interna, longe de ser apenas um motor dramático, é tratado por De Palma como uma ferramenta para explorar a opacidade institucional e a manipulação de percepções, com ecos evidentes da Nova Hollywood e do cinema político europeu.

A direção de De Palma carrega as marcas de seu vocabulário formal característico: planos sequência com movimentação calculada, uso recorrente de split diopter, câmera lenta pontual e construções simétricas de espaço que convergem em momentos de tensão máxima. O exemplo mais evidente – e um dos mais emblemáticos do cinema moderno, é a sequência do arrombamento no cofre da CIA, que representa um ponto alto de mise-en-scène controlada. Filmada quase inteiramente em silêncio, com uso extensivo de cortes restritos e controle rítmico do tempo diegético, a cena opera como um ballet coreografado de suspensão e contenção, elevando a espionagem a um nível operático.

A personagem de Ethan Hunt, que aqui ainda se delineia de forma mais funcional e econômica, se constrói a partir de ações e não de contexto psicológico. Sua trajetória no filme é guiada por um ethos que se tornaria recorrente nos capítulos seguintes: lealdade às pessoas, insubordinação frente a estruturas corruptas e convicção absoluta de que nenhuma missão é intransponível. Mesmo com poucos elementos extratextuais sobre sua vida pessoal, o filme constrói um perfil ético e operacional que se consolidaria ao longo da franquia. O gesto inaugural de desobedecer ordens e o subsequente rompimento com a IMF não são apenas decisões narrativas, mas declarações temáticas sobre autonomia e resistência institucional.

Em termos de design sonoro e montagem, o filme também se afasta das convenções da ação dos anos 1990. O uso da trilha de Lalo Schifrin, aqui rearranjada com tensão rítmica pelo U2 (Adam Clayton e Larry Mullen Jr.), é dosado com inteligência, sendo reservada para momentos de clímax ou articulação narrativa, ao invés de preencher cenas de ação com redundância sonora. A montagem evita cortes frenéticos e prioriza a clareza espacial, contrastando com o estilo que dominaria a ação hollywoodiana no final da década.

Em retrospecto, “Missão: Impossível” se posiciona como um ponto de inflexão na história da franquia e na evolução da ação moderna. Longe de ser apenas o início de uma série de filmes de espionagem com cenas espetaculares, o longa de De Palma permanece relevante por ser um thriller paranoico com ambições formais específicas. Sua força reside na tensão entre blockbuster e autorismo, entre fórmula e subversão, entre espetáculo e contenção. E, talvez mais importante, foi o ponto de partida para uma saga que, quase três décadas depois, segue ativa, relevante e surpreendentemente coesa em torno de princípios éticos, estéticos e narrativos sólidos.

Relevância atual: Em 2025, a série se aproxima de seu encerramento com “Missão: Impossível – O Acerto Final”, oitavo capítulo da franquia, com estreia mundial marcada para o Festival de Cannes no dia 14 de maio. A escolha do Grand Théâtre Lumière como palco para a première não é acidental: representa o reconhecimento institucional e simbólico da franquia como obra cinematográfica de relevância internacional. Com lançamento nos cinemas agendado para 22 de maio, o novo filme resgata a trajetória iniciada em 1996, reafirmando que, para Ethan Hunt, o impossível sempre foi apenas um ponto de partida.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 3.5 de 5.

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