O longa “Missão Porto Seguro” tenta combinar ação e comédia em uma fórmula que parece promissora no papel, mas falha em traduzir essa ideia para a tela. A trama acompanha Denise, vivida por Giovanna Lancellotti, uma policial que se infiltra em uma viagem de formatura para desmantelar uma organização criminosa. A premissa oferece espaço para momentos engraçados e dinâmicas interessantes, mas o roteiro tropeça em sua execução, entregando um filme desordenado e repleto de decisões narrativas questionáveis.
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É difícil compreender como um projeto com tantos profissionais experientes resultou em uma produção tão cheia de falhas estruturais. O roteiro, que deveria ser o alicerce da comédia, é raso e repleto de incoerências. As situações cômicas soam forçadas, como se dependessem exclusivamente do carisma dos atores para funcionarem, recurso que nem sempre dá certo. Momentos como o concurso de dança com Sheila Mello e Sheila Carvalho exemplificam esse problema: uma oportunidade perdida de criar algo genuinamente memorável, que acaba diluído em uma sequência genérica e esquecível.
Apesar das dificuldades, Giovanna Lancellotti tenta sustentar o filme com uma atuação que, em outro contexto, poderia ser mais bem aproveitada. Sua Denise tem carisma e autenticidade, mas a falta de profundidade do roteiro limita qualquer tentativa de criar uma conexão mais significativa com o público. Ela se destaca, mas não o suficiente para salvar um filme que parece se contentar com o básico.
O elenco de apoio, formado por jovens talentos como Sophia Valverde, Igor Jansen, Letícia Pedro e Raphael Vicente, é subutilizado. As interações entre os personagens, que poderiam ser o ponto alto da narrativa, são superficiais e pouco exploradas. Ademara, como Babi, oferece alguns momentos engraçados, mas sua personagem parece mais uma peça no meio do caos do que um elemento realmente indispensável para a trama. O potencial para uma dinâmica cativante entre Denise e os adolescentes fica apenas como uma ideia mal executada.
Outro ponto que enfraquece “Missão Porto Seguro” é a tentativa de equilibrar a comédia com o drama. O conflito entre Denise e seu pai, interpretado por Miguel Falabella, é tratado de maneira apressada, sem a profundidade necessária para causar impacto. O relacionamento entre chefe e subordinada, que deveria trazer uma camada emocional ao filme, acaba sendo uma subtrama esquecível em meio à confusão geral.
Visualmente, o filme não se destaca, com uma direção que opta pelo convencional e uma edição que carece de ritmo. A trilha sonora tenta ditar o tom cômico, mas, assim como o roteiro, falha em criar um impacto real. O resultado final é uma experiência sem estilo ou identidade própria, algo que poderia ser facilmente substituído por qualquer outra comédia genérica.
O filme chega ao catálogo da Prime Video no dia 17 de janeiro, e, embora ofereça alguns momentos de leve entretenimento, é difícil recomendá-lo como algo além de uma opção casual para quem busca apenas preencher o tempo. A produção se limita ao mínimo esperado e desperdiça tanto o talento do elenco quanto a oportunidade de explorar sua premissa com mais ousadia e criatividade.
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