Crítica: “Moana 2”

O filme “Moana 2” retorna ao universo polinésio com uma narrativa que honra o legado do original enquanto expande de forma orgânica suas temáticas e personagens. Sob a direção de Dana Ledoux Miller, David Derrick Jr. e Jason Hand, o filme entrega uma animação visualmente deslumbrante, que aprofunda a experiência cinematográfica do primeiro longa, agora com um toque mais sombrio e maduro quando necessário.

Crítica: “Moana 2” | Foto: Reprodução

Anos após os eventos do primeiro filme, Moana é convocada pelos espíritos ancestrais para unir os povos das ilhas do Oceano. O enredo é direto e eficiente: um deus cruel impõe uma maldição sobre uma das ilhas, e Moana parte em uma missão para quebrá-la. A jornada é enriquecida por uma nova equipe de personagens, incluindo Loto, Moni e o mal-humorado Kele, além do retorno de Maui, que rouba a cena com seu carisma e humor característicos. A presença de Simea, irmã mais nova de Moana, adiciona uma camada emocional ao filme, reforçando o vínculo familiar como elemento central da história.

A nova vilã, Matangi, é intrigante, mas subaproveitada. Introduzida com força, ela desaparece sem a resolução esperada, deixando a sensação de que a trama nasceu de uma ideia originalmente pensada para uma série. Ainda assim, o filme consegue manter o ritmo, com momentos de tensão genuína, como na sequência em que Moana precisa acessar uma ilha submersa. A agilidade com que a história se desenrola funciona, mesmo que a resolução pareça apressada.

A animação é um espetáculo à parte. A água, elemento central no primeiro filme, retorna com ainda mais vitalidade e personalidade, oscilando entre o vibrante e o ameaçador conforme a narrativa exige. O design dos monstros marítimos e das paisagens submersas é um dos pontos altos, proporcionando um nível de imersão que só a Disney é capaz de entregar.

Musicalmente, “Moana 2” carrega o peso da ausência de Lin-Manuel Miranda com surpreendente facilidade. Abigail Barlow e Emily Bear, encarregadas da trilha sonora, apresentam músicas que capturam a essência do original e trazem novidades empolgantes. “Beyond”, interpretada por Moana, é uma sucessora digna de “How Far I’ll Go”, consolidando-se como o momento mais emocionante do filme. As contribuições de Maui também não decepcionam, com “Can I Get A Chee Hoo?” garantindo risadas e energia de sobra. As canções são envolventes e complementam a narrativa com naturalidade.

Apesar de alguns problemas estruturais, “Moana 2” mantém a magia do primeiro filme e avança na construção do universo da protagonista. Moana brilha novamente como uma personagem que combina força e vulnerabilidade, reafirmando seu status como uma das figuras mais icônicas da Disney. Este retorno ao cinema entrega uma jornada emocionante que não apenas respeita suas raízes, mas as expande com coragem e criatividade.

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Avaliação: 3 de 5.
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