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Crítica: “Novocaine: À Prova de Dor” (Novocaine)

A dor é um dos mecanismos mais primitivos e essenciais de sobrevivência, mas o que acontece quando alguém nasce incapaz de senti-la? “Novocaine: À Prova de Dor” usa essa premissa para construir um thriller de ação que desafia tanto os limites físicos do protagonista quanto as noções convencionais de força e vulnerabilidade.

Saiba o que chega aos cinemas em março de 2025

Crítica: “Novocaine: À Prova de Dor” (Novocaine)

Nathan Caine (Jack Quaid) nasceu com CIPA, uma condição genética rara que o torna incapaz de sentir dor. Isso o forçou a desenvolver métodos rígidos para lidar com o dia a dia, como cronometrar suas necessidades fisiológicas e evitar qualquer situação de risco. Crescendo sob vigilância constante, Nathan encontrou uma vida estável e previsível como executivo bancário. No entanto, sua rotina sofre uma reviravolta quando um assalto coloca em risco a vida de um colega de trabalho. De forma inesperada, a condição que sempre foi vista como uma fraqueza se torna sua maior vantagem. Nathan embarca em uma jornada intensa de ação e autodescoberta, forçando o espectador a questionar onde reside a verdadeira força de um indivíduo.

O filme estreia em 27 de março de 2025 nos cinemas de todo o Brasil.

Jack Quaid entrega uma performance magnética, equilibrando o carisma natural com um toque de fragilidade emocional que enriquece o personagem. Sua interpretação é reforçada pelo elenco competente, que inclui Amber Midthunder e Ray Nicholson. Quaid se destaca ao construir um Nathan que, apesar de fisicamente invulnerável à dor, carrega camadas de insegurança e isolamento que o tornam surpreendentemente humano. O roteiro explora esses aspectos de maneira inteligente, evitando que a condição do protagonista se torne apenas um artifício narrativo para cenas de ação exageradas.

A direção sabe tirar proveito dessa premissa, utilizando a falta de dor de Nathan para criar sequências de ação intensas e, por vezes, desconfortáveis. Cada golpe recebido pelo protagonista gera uma tensão crescente no espectador, pois a ausência de dor não significa ausência de dano. O filme se apoia nisso para construir um suspense único: enquanto outros heróis reagem à dor com resistência ou fúria, Nathan segue avançando impassível, o que confere um tom perturbador e imprevisível às cenas.

No entanto, por mais que a ação seja bem executada, há momentos em que o filme se torna excessivamente dependente dela, sacrificando a profundidade psicológica que sua premissa permite. Algumas sequências são esticadas além do necessário, deixando o meio do filme um pouco repetitivo. Ainda assim, a química entre os personagens e os toques de humor ajudam a manter o ritmo fluido e envolvente.

A cinematografia e o design de som são outros pontos altos da produção. O uso de cores frias reforça a sensação de isolamento do protagonista, enquanto o som amplifica o impacto das cenas de ação, destacando cada impacto sofrido por Nathan de forma quase visceral. A edição mantém o ritmo ágil, favorecendo a imersão sem perder o senso de espaço e geografia das cenas.

“Novocaine” acerta ao equilibrar ação e drama, transformando a história de um homem incapaz de sentir dor em uma reflexão sobre os limites do corpo e da mente. É um filme que se sustenta não só por suas sequências eletrizantes, mas também pelo carisma de Jack Quaid e pelo desenvolvimento intrigante do protagonista. Embora nem sempre aproveite seu potencial ao máximo, o longa entrega uma experiência envolvente e criativa, diferenciando-se das produções genéricas do gênero.

Avaliação: 3.5 de 5.

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