Os Radley aparentam ser uma família perfeita, mas escondem um segredo obscuro. Ninguém suspeita que, por trás da casa arrumada, das festas impecáveis e dos empregos incríveis, eles são vampiros. Helen (Kelly Macdonald) e Peter (Damian Lewis) escondem de todos, até de seus filhos, a verdadeira natureza dos quatro. Ambos são o que chamam de “abstêmios”, vampiros que escolhem não beber sangue apesar de seus instintos e desejos.
O disfarce dos pais, entretanto, cai por terra quando a filha adolescente precisa se defender de um assédio e acaba se deixando levar por seu desejo sanguinário. Helen e Peter, então, são obrigados a revelar a verdade.
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Vale a pena dar uma olhada no ótimo trabalho de dupla função de Lewis, e Kelly Macdonald também entrega uma performance sólida, como era de se esperar. O filme, no entanto, perde a oportunidade de se concentrar mais nos personagens adultos e na comédia ácida da situação – vampiros abstinentes tentando viver vidas normais nos subúrbios. Não seria algo inédito, mas teria sido uma abordagem mais coesa do que o que “Os Radley” acaba entregando.
A narrativa, porém, desloca-se para Rowan (Harry Baxendale), o filho caçula da família, e sua história de autodescoberta. Não que ele tenha um desempenho ruim, mas o foco excessivo nessa trama adolescente enfraquece o filme, que começa dando protagonismo a Clara (Bo Bragason), a filha mais velha, apenas para deixá-la de lado conforme a história avança. A inclusão de um arco romântico queer entre Rowan e Evan parece uma tentativa de dialogar com o público jovem, mas a execução não é tão fluida quanto poderia ser, dando a impressão de que o filme tenta agradar a vários públicos sem se comprometer com um caminho mais natural para a história.
“Os Radley” também sofre com um excesso de tramas paralelas que são introduzidas e depois abandonadas. Para um filme de comédia ácida com elementos de terror, a duração é generosa (próxima de duas horas) mas não utilizada da melhor forma. A impressão é de que tentaram incluir muitas ideias sem desenvolvê-las completamente.
No geral, o filme funciona melhor quando se concentra em Macdonald e Lewis. O trabalho de Damian Lewis, especialmente, vale a sessão, e sua atuação dupla como Peter e Will é um dos pontos altos. “Os Radley” não é uma experiência memorável, mas tem bons momentos e deve agradar quem busca um entretenimento leve dentro do gênero. Distribuído pela Paris Filmes, o longa segue em cartaz nos cinemas brasileiros.
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