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Crítica: Perfume Genius, “Glory”

Texto: Ygor Monroe
23 de junho de 2025
em Música, Resenhas/Críticas
0

“Glory” é um trabalho que compreende como construir algo emocionalmente expansivo sem cair na armadilha do exagero. Ao invés disso, Mike Hadreas orquestra uma arquitetura sonora que valoriza o vácuo entre os sons, o detalhe sussurrado, o gesto quase imperceptível. Não há urgência em “Glory”, e essa ausência de pressa é precisamente o que o torna tão magnético.

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Crítica: Perfume Genius, "Glory"
Crítica: Perfume Genius, “Glory”

Ao se afastar de reinvenções radicais, Hadreas assume uma abordagem que é ao mesmo tempo contemplativa e firme. É como se, pela primeira vez, ele estivesse confortável o bastante para não precisar provar nada. A confiança aqui não vem da grandiosidade, mas da contenção. A produção, assinada com a precisão cuidadosa de Blake Mills, favorece o espaço. Há textura, há densidade, mas tudo se resolve num equilíbrio quase meditativo. Nada é óbvio. Tudo é pensado.

O álbum funciona como um corpo que respira em silêncio. Não busca chamar atenção com movimentos abruptos. Ao invés disso, ele pulsa num compasso emocional próprio, que convida o ouvinte à introspecção. É um exercício de vulnerabilidade que, ao contrário de muitos trabalhos recentes que apostam em maximalismo como solução estética, prefere o caminho oposto: escavar o íntimo, sem dramatizar o processo.

A estrutura de “Glory” privilegia fluidez. Os arranjos são meticulosamente encadeados para parecerem espontâneos. A cada nova escuta, surgem pequenos desdobramentos, sugestões melódicas que haviam passado despercebidas. É um disco que exige presença. Ele não se entrega à primeira audição, nem se molda a tendências. Ele existe em sua própria lógica, com um vocabulário harmônico que sabe recuar quando a intensidade parece um vício, e que avança quando a contenção já disse tudo o que podia.

Há uma busca por beleza, mas não aquela beleza escancarada, maquiada para impressionar. É uma beleza ferida, opaca, quase melancólica, construída com sobriedade e dignidade. Mike canta como quem fala consigo mesmo, e essa postura confessional não soa ensimesmada, mas generosa. Há entrega, mas também proteção. A voz, ainda que precise, não se impõe. Paira.

“Glory” não se curva às exigências de acessibilidade. E por isso mesmo, é um disco que cresce com o tempo, amadurece em silêncio e recompensa com intensidade quem decide permanecer ali, escutando com atenção. A colaboração com músicos como Alan Wyffels e Jim Keltner só reforça essa orientação de minúcia e refinamento. Cada elemento parece ter sido escolhido com pinça, nunca por acaso.

Não é um disco para multidões, mas para quem está disposto a mergulhar em camadas menos óbvias de sensibilidade. A linguagem aqui é subjetiva, emocionalmente sofisticada, e ao mesmo tempo direta em sua honestidade. Nada em “Glory” busca surpreender, e justamente por isso tudo ali é surpreendente. A surpresa vem da franqueza, da maneira como Hadreas transforma seu universo pessoal em um espaço de escuta generosa e de contemplação.

Se o termo “álbum maduro” ainda faz algum sentido, ele se aplica aqui com mais propriedade do que em boa parte da discografia recente da música alternativa. “Glory” é uma obra que dispensa os gritos porque entende o poder do sussurro. É elegante, espiritual sem ser religioso, íntimo sem ser invasivo. Um disco que não se contenta com o bonito. Ele procura o verdadeiro.

Nota: 90/100

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