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Crítica: PinkPantheress, “Fancy That”

Texto: Ygor Monroe
9 de maio de 2025
em Música, Resenhas/Críticas
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“Fancy That”, segunda mixtape da cantora, compositora e produtora inglesa PinkPantheress, consolida uma operação estética que dialoga de modo inteligente com os espectros da música eletrônica britânica dos anos 1990 e 2000, transmutando-os sob uma lógica pós-internet de colagem, fragmentação e afetividade digital. Lançado em 9 de maio de 2025 pela Warner Records, o trabalho reafirma a assinatura sonora da artista, já delineada em “To Hell with It”, mas aqui expandida em escopo, maturidade e ambição formal. Trata-se de uma obra que, embora nomeada como mixtape, se estrutura como uma curadoria minuciosa de texturas, timbres e memórias sonoras, performando uma arqueologia do pop eletrônico com rigor técnico e intuição expressiva notáveis.

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Crítica: PinkPantheress, "Fancy That"
Crítica: PinkPantheress, “Fancy That”

A iconografia da capa, descrita como “arte codificada na Grã-Bretanha”, explicita o gesto conceitual do projeto: PinkPantheress aparece com uma coroa, cercada por um arranjo floral simbólico, em um gesto ambíguo que evoca tanto o imaginário kitsch nacional quanto a estetização do artifício pop. Esse tensionamento entre reverência e paródia se manifesta também na engenharia musical da mixtape, marcada por um uso sofisticado de samples e interpolações entre eles, trechos de Panic! at the Disco, Jessica Simpson, Basement Jaxx e William Orbit. A presença dessas fontes não é incidental, mas indexa uma genealogia afetiva e sonora que se ancora no legado da música dance britânica, das produções maximalistas de Fatboy Slim à sofisticação textural de Groove Armada. Contudo, PinkPantheress não opera por mera citação; há uma reorganização material desses fragmentos em uma linguagem própria, marcada por estruturas concisas, beats de recorte cirúrgico e camadas melódicas de vocais doces e cuidadosamente manipulados.

O destaque técnico da obra reside em sua capacidade de condensar e manipular múltiplos registros sonoros em peças com durações quase esquemáticas, sem que haja perda de densidade ou de intencionalidade estética. Faixas como “Nice to Know You”, que sampleia o álbum “Hello Waveforms” de William Orbit, revelam uma compreensão profunda da potência emocional e histórica dos materiais reaproveitados. PinkPantheress demonstra aqui o que poucos produtores conseguem realizar: a criação de uma gramática musical que soa simultaneamente nostálgica e prospectiva, sem cair no pastiche nem na redundância.

Essa curadoria sonora é acompanhada por uma escrita lírica que equilibra ingenuidade performática com observações emocionais agudas. Há, na economia dos versos, uma inteligência poética que se recusa a dramatizar em excesso, optando por uma estética da contenção e da sugestão. Os ganchos, invariavelmente eficientes, funcionam como vetores de adesão imediata, mas também operam como âncoras emocionais que intensificam o impacto das batidas e dos arranjos minimalistas. PinkPantheress é uma arquiteta de atmosferas que se constroem com poucos elementos, mas com precisão quase matemática.

Em um cenário em que muitos artistas operam na lógica da saturação sonora, “Fancy That” propõe uma inversão: o silêncio entre os beats, a escolha de timbres leves, a duração reduzida das faixas tudo aponta para uma estratégia de contenção formal que paradoxalmente intensifica a experiência auditiva. A mixtape é uma festa condensada em cápsulas de três minutos, mas essa festa é atravessada por uma consciência crítica da própria linguagem pop, evidenciada em entrevistas como a concedida a Zane Lowe, onde a artista deixa claro seu desejo de fazer declarações musicais mais incisivas, mesmo quando disfarçadas sob a aparência do descompromisso.

O projeto também desafia os modos tradicionais de categorização dentro da indústria musical: é uma mixtape com arquitetura de álbum, um produto comercial com densidade conceitual, uma obra de massa com gramática de nicho. PinkPantheress tensiona esses polos com maestria, posicionando-se não como um fenômeno passageiro, mas como uma força articuladora de novas formas de escuta, produção e recepção no pop eletrônico. A juventude de sua persona não encobre a sofisticação de seu gesto artístico; ao contrário, potencializa sua capacidade de operar entre registros, gêneros e tempos com a fluidez de quem compreende profundamente o ecossistema musical em que está inserida.

“Fancy That” é uma afirmação de autoria e competência técnica em uma era de sobreposição estética e saturação digital. Ao mesmo tempo em que captura o espírito de seu tempo efêmero, remixado, hedonista, a mixtape se projeta como documento de uma artista que pensa a música não só como produto, mas como espaço de articulação simbólica, política e sensível. PinkPantheress está, com esse trabalho, menos interessada em consolidar fórmulas do que em abrir caminhos: sua música pulsa como um manifesto disfarçado de pista de dança.

Nota: 80/100

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