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Crítica: “Pluribus” – primeira temporada

Texto: Ygor Monroe
8 de dezembro de 2025
em Apple TV, Resenhas/Críticas, Séries, Streaming

“Pluribus” nasce daquele tipo raro de provocação audiovisual que transforma o desconforto em método narrativo. A série parte de uma hipótese simples e devastadora. E se a felicidade absoluta fosse um vírus. E se esse vírus apagasse a complexidade humana em favor de um otimismo automático. A escritora Carol Sturka se torna a única rachadura nesse verniz de euforia universal. Ela é a voz dissonante dentro de uma composição que insiste em soar harmoniosa demais para ser real.

Crítica: "Pluribus" – primeira temporada
Crítica: “Pluribus” – primeira temporada

A construção desse novo mundo se apoia em um detalhe essencial. Não existe caos explícito. Não existe violência declarada. Tudo se desloca de forma serena e cordial, como se a humanidade tivesse sido convertida em uma comunidade global de iluminados. O termo “Outros”, usado para definir os infectados, reforça a ideia de uma transformação que mistura espiritualidade, neurociência e um tipo de otimismo mecânico. O terror da série nasce da ausência de negatividade. Nada mais opressivo do que um planeta que se recusa a admitir que sofre.

Carol se posiciona como contraponto absoluto. Ela não apenas enxerga o que mudou. Ela sente. E esse sentir a coloca em rota de colisão com a nova ordem emocional que domina o planeta. Sua vida, que antes parecia guiada por frustração e cinismo, passa a funcionar como o último ponto de equilíbrio num cenário em que a positividade virou idioma obrigatório. Esse movimento narrativo transforma a série em uma reflexão sobre autonomia em tempos de consenso forçado.

“Pluribus” reforça isso com estética. A direção utiliza planos abertos, ritmo calculado e uma fotografia que aposta em distâncias e silêncios. O resultado é um visual que remete ao rigor de “Breaking Bad” e “Better Call Saul”, mas apontado para o estranho, para o limiar do surreal. A série cria suspense sem recorrer ao barulho. A ameaça aparece enquanto todos sorriem.

Carol se torna ainda mais complexa quando Helen, sua esposa, é tomada pela misteriosa crise neurológica que inaugura a transformação global. A forma como Carol reage ao colapso de Helen expõe uma vulnerabilidade rara. Ela arrasta o corpo da companheira, procura ajuda, tenta compreender o que rompeu o mundo. Nada oferece respostas. O hospital, o bar, a rua, tudo permanece estagnado por segundos eternos. Quando a população desperta, desperta mudada. Carol permanece igual. Esse contraste estabelece o impulso dramático que sustenta toda a temporada.

Rhea Seehorn entrega uma interpretação que eleva a série. Seu domínio das sutilezas transforma Carol numa personagem tridimensional, guiada por desconfiança, medo, ironia e uma humanidade que resiste à contaminação coletiva. A série funciona porque Seehorn compreende que o horror aqui é emocional. Não é o fim do mundo. É o fim da individualidade.

A narrativa também flerta com referências que moldam o gênero. Há ecos de “The X-Files” na sensação de mistério iminente. Há uma sombra leve de “The Last Man On Earth” na forma como a solidão opera como motor dramático. Só que “Pluribus” cria sua própria identidade ao tratar a felicidade como fenômeno social, biológico e político. A gentileza ininterrupta dos infectados é tão cômica quanto inquietante. O sorriso dos Outros parece ensaiado. A cordialidade nasce com textura de ameaça.

O primeiro episódio consolida esse clima ao levar Carol ao limite da exaustão mental. Suas tentativas de silenciar a poluição sonora do mundo funcionam como metáfora da sobrecarga emocional que ela enfrenta. A cada cena, fica claro que a protagonista precisará reconstruir seu senso de realidade enquanto tenta entender se existe mais alguém como ela.

“Pluribus” se firma como uma obra que questiona a ideia de harmonia absoluta. A série discute o impacto psicológico da positividade compulsória, investiga como a sociedade lida com emoções que se afastam do padrão esperado e coloca no centro uma mulher que desafia o consenso global por simplesmente continuar sendo humana. A força da série está no desconforto. A felicidade, aqui, lateja como risco, não como cura.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

“Pluribus”
Criação: Vince Gilligan
Elenco: Rhea Seehorn, Miriam Shor, Karolina Wydra
Gênero: Comédia, Drama, Ficção Científica
Disponível em: Apple TV+
Observação: a resenha foi feita baseada nos episódios já disponibilizados pela plataforma.

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