Em seu mais recente álbum de estúdio, “Onda” (2025), Rael entrega uma obra que reafirma sua versatilidade enquanto transita com desenvoltura por diferentes vertentes da música brasileira contemporânea. O disco, composto por 14 faixas, sustenta-se como um mosaico sonoro onde o rap, reggae, R&B e MPB coexistem sem rupturas, sempre filtrados pela identidade já consolidada do artista.
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Lançado pelo selo Lab Fantasma, o projeto destaca uma lista extensa de colaborações, reunindo nomes emblemáticos como Mano Brown, Ivete Sangalo, Ludmilla, Marina Sena, Rincon Sapiência, FBC, Luedji Luna, além dos produtores Tropkillaz e Los Brasileiros. Diferente de muitos registros pautados por parcerias, em “Onda” todas essas participações são organicamente integradas, sem ofuscar ou diluir a presença de Rael. Há uma preocupação evidente em equilibrar as vozes e timbres, permitindo que cada convidado contribua de forma pontual à proposta do disco.
Tecnicamente, trata-se de um trabalho bem construído. A produção aposta em beats limpos, graves robustos e arranjos cuidadosamente elaborados que conversam tanto com as raízes do rap quanto com a leveza da MPB moderna. A curadoria instrumental é eficiente: guitarras sutis, teclados suaves e percussões bem distribuídas oferecem uma base sólida, permitindo que cada faixa explore atmosferas distintas sem perder coesão.
O ponto alto do disco, sem dúvida, está na participação de Marina Sena. A simbiose entre seu timbre melódico e a cadência fluida de Rael resulta em uma das faixas mais memoráveis do álbum, uma junção em que os elementos pop e urbanos se encontram de forma natural, sem excessos. Esse equilíbrio estético percorre outras faixas, onde o trap dialoga com o samba e o reggae flerta com elementos eletrônicos, sempre mantendo um fio condutor pautado pela brasilidade característica do artista.
Entretanto, apesar da consistência sonora, há uma lacuna notável no aspecto visual do projeto. A identidade gráfica que acompanha “Onda” não alcança o mesmo nível de refinamento e coesão apresentado na produção musical. Em um mercado cada vez mais audiovisual, onde capas, videoclipes e materiais promocionais têm papel central na construção da narrativa de um disco, essa falta de apuro visual acaba se destacando negativamente, destoando da qualidade geral da obra.
Do ponto de vista comercial, “Onda” apresenta potencial significativo. O repertório é diverso, acessível e pronto para ser desmembrado em singles estratégicos, o que pode garantir sua longevidade nos charts e playlists digitais. Rael demonstra plena maturidade artística, entregando um disco que, embora sólido e tecnicamente eficiente, poderia ter elevado ainda mais sua proposta com uma direção estética mais ambiciosa.
“Onda” é, essencialmente, um álbum que respira brasilidade contemporânea. Um registro preciso, envolvente e capaz de se conectar com diferentes públicos, sem perder sua essência. Um trabalho de alto nível, que reforça a posição de Rael como um dos nomes mais consistentes da música nacional.
Nota final: 80/100
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