“Resistência” propõe uma visão futurista repleta de potencial, mas tropeça em sua tentativa de unir emoção e narrativa épica. Sob a direção de Gareth Edwards, conhecido por sua habilidade em efeitos visuais, o filme apresenta uma cinematografia deslumbrante, mas deixa a desejar em elementos que deveriam ser seu ponto forte: história e lógica.
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O enredo segue Joshua (John David Washington), um soldado traumatizado incumbido de destruir uma arma secreta que, surpreendentemente, é uma criança IA. A premissa, apesar de intrigante, carrega um sabor de déjà vu, com ecos de outros filmes que já exploraram conflitos semelhantes entre humanos e inteligências artificiais. O arco narrativo de Joshua é previsível, com sua jornada de redenção e sacrifício remetendo a fórmulas clássicas de ficção científica. No entanto, a conexão emocional com a criança-robô traz um toque de humanidade que eleva o impacto do desfecho, mesmo que antecipado.
A atuação de John David Washington surpreende, principalmente para quem o lembra de trabalhos menos memoráveis. Ele consegue transmitir camadas de conflito interno, embora seu desempenho ainda seja ofuscado pela pequena Madeleine Yuna Voyles, que interpreta a criança IA. A jovem atriz entrega uma atuação genuína e tocante, adicionando peso emocional ao filme. Por outro lado, personagens secundários como Maya (Gemma Chan) são subaproveitados, limitando o alcance dramático da trama.
A trilha sonora de Hans Zimmer, embora sólida, carece do impacto emocional esperado. Zimmer já entregou composições que marcaram o gênero, mas aqui sua música parece acompanhar a história sem realmente amplificá-la. Já o design visual e os efeitos especiais são impecáveis, mostrando que Gareth Edwards ainda domina a estética do cinema sci-fi mesmo com orçamentos mais modestos.
No entanto, o roteiro peca por falhas lógicas que comprometem a imersão. Decisões ilógicas de personagens e situações forçadas minam a credibilidade de momentos cruciais. Um exemplo gritante é a cena dos soldados que, sob ataque, não oferecem fogo de cobertura para um companheiro. Essas incoerências tornam difícil se perder na narrativa e subtraem da experiência geral.
Vale a pena?
Apesar de suas falhas, “Resistência” consegue entreter e emocionar em momentos pontuais. O filme vale a pena para quem aprecia ficção científica com visuais impressionantes e um toque de reflexão sobre humanidade e tecnologia. No entanto, para quem busca algo inovador ou memorável dentro do gênero, ele pode deixar a desejar. A força da atuação de Madeleine Yuna Voyles e a cinematografia de Gareth Edwards salvam o filme, mas não são suficientes para torná-lo um clássico.
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