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Crítica: “Sentimental Value”

Texto: Ygor Monroe
31 de maio de 2025
em Cannes, Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
0

Em “Sentimental Value“, a cineasta mergulha nas zonas de atrito de uma família liderada por um patriarca carismático, egoico e emocionalmente ausente. Gustav, interpretado com autoconsciência e vaidade controlada, é um diretor de cinema em decadência que tenta ressurgir por meio de um novo projeto autoral. Seu plano, no entanto, serve de catalisador para tensões antigas: ao convidar sua filha Nora, atriz de teatro, para protagonizar seu filme e ser recusado, ele entrega o papel a uma estrela americana em ascensão, deslocando o centro emocional da narrativa para uma disputa simbólica de afeto e reconhecimento. A partir disso, o longa se torna um estudo delicado sobre vínculos fraturados, ressentimento acumulado e a função curativa da criação artística.

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Crítica: "Sentimental Value"
Crítica: “Sentimental Value”

A estrutura de “Sentimental Value” é profundamente ancorada na intimidade emocional de suas personagens. O roteiro opta por evitar conflitos explosivos e se apoia na sutileza dos gestos, dos silêncios e das falas interrompidas. É nesse espaço de contenção que o filme floresce, criando uma dramaturgia que nunca apela para o melodrama, mas que extrai força daquilo que os personagens evitam dizer. O relacionamento entre Nora e Agnes, as filhas de Gustav, é especialmente convincente. A dinâmica fraternal é vivida com uma autenticidade rara, marcada por olhares cúmplices, hesitação verbal e um afeto mal resolvido que oscila entre cumplicidade e mágoa.

O filme se destaca tecnicamente por sua montagem inteligente e discreta. Os cortes rápidos, quase imperceptíveis, funcionam como vírgulas emocionais, pontuando mudanças de humor, transições de tom e redirecionamentos narrativos com uma leveza que evita o didatismo. Essa escolha cria uma fluidez narrativa que colabora com o ritmo melancólico e, ao mesmo tempo, mantém a estrutura episódica da história. Em alguns momentos, esse recurso é utilizado para marcar o contraste entre passado e presente, memória e encenação, de forma quase musical.

A fotografia é outro elemento chave da experiência. Com uma estética suave, iluminada e nostálgica, o visual do filme remete à memória afetiva dos personagens, ainda que o enredo se passe no presente. Há uma intencionalidade cromática que favorece tons quentes e claros, criando um espaço visual confortável que ecoa a busca emocional por reconciliação. A música, por sua vez, entra de forma econômica, mas certeira, ampliando a sensorialidade sem se sobrepor às cenas.

As atuações são o principal pilar da obra. O elenco entrega interpretações densas e silenciosas, com destaque para as irmãs vividas com uma naturalidade desarmante. As cenas entre Nora e Agnes carregam uma tensão emocional que raramente é verbalizada, mas que se impõe pelo subtexto, pelas pausas e pela fisicalidade das interações. O espectador é convidado a ocupar esse espaço de ausência, preenchendo os vazios com empatia e compreensão. Gustav, mesmo sendo o centro do conflito, nunca é vilanizado. Ele é retratado como uma figura patética e, ao mesmo tempo, tocante, incapaz de lidar com a culpa que ele próprio produz.

Narrativamente, o filme é mais sobre atmosfera do que sobre reviravoltas. A progressão dramática é sutil, mas não estagnada. Os últimos quinze minutos funcionam como um ápice emocional preciso, que justifica a lentidão anterior. Ainda assim, há um desequilíbrio evidente no ritmo: o último terço do longa perde parte da tensão acumulada e estende cenas que poderiam ter sido resolvidas com mais concisão. Apesar disso, o desfecho traz uma síntese emocional poderosa, com cenas que reverberam após os créditos.

“Sentimental Value” não busca o impacto imediato, mas o reconhecimento íntimo. É um filme que trata da reconciliação sem a promessa de cura total, e sim com a aceitação das falhas como parte constitutiva do amor. A simplicidade da história, que poderia soar inofensiva no papel, se torna um veículo robusto para performances emocionalmente verdadeiras. Há uma humanidade tão evidente na construção dos personagens que o espectador é convidado não apenas a observar, mas a se enxergar neles.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 4 de 5.

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