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Crítica: Sevdaliza, “Shabrang”

Texto: Ygor Monroe
18 de maio de 2025
em Música, Resenhas/Críticas
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Lançado em 2020, “Shabrang” (palavra que significa “cor da noite” em persa) é um álbum que desde sua primeira faixa se propõe a construir uma experiência sensorial imersiva e hipnótica. Combinando art pop, trip hop, R&B alternativo e nuances experimentais, o segundo trabalho de estúdio da artista holandesa-iraniana Sevdaliza materializa a interseção entre vulnerabilidade emocional e sofisticação estética com uma abordagem cinematográfica que incorpora elementos da herança persa de forma orgânica e integradora.

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Crítica: Sevdaliza, "Shabrang"
Crítica: Sevdaliza, “Shabrang”

As comparações com Björk surgem de maneira quase inevitável, dada a ambição artística e a ênfase em texturas sonoras incomuns. No entanto, Sevdaliza opera em uma frequência distinta. Sua música não busca confrontar, mas envolver. Em vez de sobrecarregar o ouvinte com camadas densas de produção, ela aposta em silêncios calculados, espaços vazios e instrumentações econômicas que ampliam a presença de sua voz como eixo central da narrativa sonora. Há uma intencionalidade quase minimalista que valoriza a contemplação e o detalhamento. Sua voz, por sua vez, não é apenas condutora de melodias, mas atua como instrumento modulador de atmosfera, adaptando-se às paisagens construídas a cada faixa.

A primeira metade do álbum apresenta os momentos mais coesos e impactantes. “Darkest Hour” e “Oh My God” destacam-se pela capacidade de equilibrar melancolia e elegância com senso estético apurado. Já “Joanna” remete a um desfile espectral em pleno deserto, enquanto o cover de “Gole Bi Goldoon”, originalmente da lendária Googoosh, atualiza a tradição musical iraniana sob uma ótica sem jamais recorrer ao exotismo. A releitura emociona pela contenção e pela reverência implícita à herança que carrega.

A segunda metade, embora ainda competente, revela certa oscilação criativa. Faixas como “Human Nature” introduzem elementos que destoam da proposta central do disco, com uso de autotune que, em vez de reforçar a artificialidade poética de Sevdaliza, compromete momentaneamente a imersão construída até ali. Ainda assim, mesmo nesses momentos menos inspirados, a estética do álbum permanece evidente.

O aspecto mais notável de “Shabrang” reside na sua coerência identitária. A influência iraniana nunca aparece como ornamento, mas como fundamento estrutural. Está presente na construção rítmica, no uso de instrumentos tradicionais, nas harmonias orientais diluídas em ambientes eletrônicos e na escolha de timbres que evocam um imaginário sensorial híbrido. Sevdaliza não estetiza sua ancestralidade para consumo externo. Pelo contrário: ela a internaliza como componente essencial de uma linguagem musical própria e intransferível, o que paradoxalmente a torna universal.

Produzido em parceria com Mucky, colaborador frequente e responsável pela coesão estética do disco, o álbum revela-se meticuloso em sua construção. As faixas são organizadas de modo a favorecer uma escuta fluida, ainda que em alguns momentos haja uma diluição de identidade entre elas. Há uma busca constante pelo equilíbrio entre o abstrato e o acessível, entre a sofisticação harmônica e a crueza emocional. O resultado é uma obra que não busca chamar atenção com arroubos técnicos, mas sim com consistência, sensibilidade e inteligência composicional.

“Shabrang” é um projeto autoral que alterna introspecção, inquietação e beleza com domínio narrativo. Sua força está menos em canções individuais e mais no conjunto, que funciona como uma jornada coerente e afetiva, marcada por camadas de significados e referências pessoais. Sevdaliza, ao não tentar comprovar nada de forma explícita, entrega um dos discos mais complexos e singulares de 2020. Um trabalho que resiste ao tempo justamente por operar em um território emocional e estético próprio, difícil de rotular e fácil de revisitar.

Seja como trilha sonora para momentos de contemplação ou como objeto de estudo sobre os caminhos possíveis da música experimental , “Shabrang” permanece como um registro emblemático de uma artista que tem total domínio sobre sua identidade criativa e sabe exatamente como transformá-la em som. A cantora retorna em 2025 com “Heroína”, seu novo disco previsto para o segundo semestre.

Nota: 74/100

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