Uma noite gelada e tempestuosa em Nova York serve de palco para o que é, ao mesmo tempo, uma trama absurda e uma aventura surpreendentemente divertida. Em “Sting – Aranha Assassina”, o filme abre com um objeto misterioso despencando do céu e atravessando a janela de um prédio decadente. Dele nasce Sting, uma criatura que combina uma dose generosa de fofura inicial com um apetite crescente e mortal. O cenário claustrofóbico do prédio, isolado por uma nevasca, é um golpe de mestre na criação da atmosfera do filme.
Charlotte (Alyla Browne), a jovem protagonista de 12 anos, encontra Sting e o batiza com entusiasmo, iniciando uma relação de amizade que é ao mesmo tempo tocante e perturbadora. A dinâmica familiar não poderia ser mais tensa: enquanto Charlotte lida com o isolamento e a chegada de um irmão mais novo, sua mãe e padrasto, Ethan (Ryan Corr), estão ocupados demais para perceber a crescente ameaça dentro do próprio lar. É aqui que o filme ganha força: ao mesclar drama familiar com terror monstruoso, ele traz algo mais substancial do que um simples filme de criatura.
Uma das maiores qualidades de “Sting – Aranha Assassina” está nos efeitos práticos e no design da criatura. Sting é uma aranha cuja evolução é visualmente fascinante. Desde sua forma inicial, que beira o adorável, até sua fase final, monstruosa e ameaçadora, a criatura domina a tela com um impacto visceral. As sequências de suspense são eficazes, e o confinamento ao prédio adiciona uma sensação de vulnerabilidade aos moradores, especialmente quando Sting começa a se alimentar não apenas de animais, mas também dos próprios humanos.
O primeiro ato é onde o filme brilha mais forte. As relações entre os moradores são bem trabalhadas, oferecendo humor e momentos genuinamente tocantes. Há algo incrivelmente divertido na maneira como o filme explora a vida no prédio, desde o padrasto tentando se conectar com Charlotte até os excântricos vizinhos, que vão de adoráveis a irritantes. Mas, quando o segundo ato começa, o ritmo muda. O humor que antes era refrescante se torna repetitivo, e o filme acaba abraçando clichês do gênero de terror.
O arco final é onde “Sting – Aranha Assassina” perde parte de seu impacto. Embora as cenas de ação sejam divertidas, a narrativa fica previsível. Charlotte, que havia sido tão bem desenvolvida como uma personagem complexa, se torna mais um clichê de heroína em apuros. Ainda assim, o clímax consegue entreter com mortes criativas e uma batalha final que certamente faz jus ao gênero de monstros.
Agora, um ponto que vale comentar: o uso exagerado de estereótipos. A personagem latina chamada Maria é um exemplo gritante de clichê que poderia ter sido evitado. Sua presença é marcada por uma caricatura pouco inspirada, embora sua morte tenha sido memorável no melhor estilo gore.
No fim das contas, “Sting – Aranha Assassina” é um filme de monstros que diverte, mesmo caindo em alguns clichês. Se você é fã do gênero, o design de Sting e as sequências claustrofóbicas valem o ingresso. Ele não chega aos níveis de clássicos como “Aracnofobia”, mas tem seu charme. E no fim das contas, é sempre bom ter mais um título no legado dos filmes de aranhas assassinas.
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