Tate McRae chega ao Lollapalooza Brasil 2025 com um álbum que encapsula sua trajetória até aqui. “So Close to What” é a conclusão de uma narrativa construída ao longo dos últimos anos , uma artista que começou como sensação do YouTube, migrou para o TikTok, encontrou no mainstream um lugar confortável e agora domina a estética pop anos 2000 com precisão cirúrgica. Este é um disco que não se propõe a revolucionar, mas que entende o jogo da música pop e se apropria dele com total segurança.
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Desde sua estreia, McRae tem se moldado às exigências do mercado digital, onde a atenção é o principal ativo e onde a sonoridade, a estética e a performance precisam coexistir como um pacote ininterrupto de estímulos. Seu segundo álbum, “Think Later”, provou ser um sucesso comercial, levando seu nome para o topo das paradas e pavimentando o caminho para um trabalho ainda mais ambicioso. “So Close to What” surge como uma continuação natural desse processo, mas com um grau maior de sofisticação, tanto na produção quanto na consolidação de uma identidade artística mais definida.
A sonoridade do álbum bebe diretamente da nostalgia dos anos 2000, mas sem soar como um pastiche. Timbaland, Britney Spears, Pussycat Dolls as referências estão por toda parte, mas McRae as reorganiza sob um olhar moderno, adaptado ao consumo de 2025. O pop polido e chiclete, com refrãos explosivos e batidas marcadas, é pensado para engajamento. Cada faixa parece planejada para viralizar, e não há nada de acidental nisso. A cantora já provou seu poder nas plataformas digitais, e este disco reafirma que ela entende como poucos a dinâmica da música na era do streaming.
A força de McRae não está apenas no apelo comercial. Seu desempenho vocal aprimorado e sua presença magnética fazem de “So Close to What” um álbum que não só gruda na cabeça, mas que tem camadas a serem exploradas. O jogo entre sussurros sedutores e explosões melódicas confere uma dualidade intrigante às faixas, como se cada canção fosse uma dança entre vulnerabilidade e poder. Se por um lado o disco aposta em fórmulas seguras, por outro, há uma entrega autêntica que o impede de cair na superficialidade.
Os números comprovam a eficácia dessa abordagem. O primeiro single, “It’s OK I’m OK”, alcançou a 20ª posição na Billboard Hot 100 e a 14ª no Reino Unido. Os sucessores, “2 Hands” e “Sports Car”, entraram diretamente no top 10 britânico, consolidando McRae como uma das vozes mais relevantes do pop atual. Além disso, a turnê Miss Possessive Tour levará o álbum para audiências ao redor do mundo, reforçando o poder de sua presença global.
É impossível dissociar “So Close to What” do contexto em que ele nasce. O álbum chega em um momento em que o pop mainstream enfrenta um dilema: ser acessível o suficiente para viralizar, mas sem perder credibilidade artística. McRae caminha nessa linha tênue com inteligência, equilibrando elementos que dialogam tanto com o público jovem das redes sociais quanto com aqueles que cresceram nos anos 2000 e reconhecem as influências. Se há algo a criticar, talvez seja o fato de que o álbum joga um pouco seguro demais, falta um momento verdadeiramente ousado, uma quebra inesperada que desafie o que já conhecemos dela.
No entanto, essa ausência pode ser justamente o que garante sua longevidade. “So Close to What” não busca rupturas porque não precisa delas. É um álbum eficiente, viciante e estrategicamente planejado para se infiltrar no inconsciente coletivo de 2025. McRae não está preocupada em mudar o rumo da música pop, mas sim em dominar suas regras. E, ao que tudo indica, está conseguindo.
Nota final: 79/100
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