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Crítica: “Tempo de Guerra” (Warfare)

Texto: Ygor Monroe
16 de abril de 2025
em Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
0

O impacto sensorial de “Tempo de Guerra” é inegável. Imersivo desde seus primeiros minutos, o filme conduz o espectador ao centro da batalha de Ramadi, um dos momentos mais violentos da Guerra do Iraque, sem recorrer a filtros suavizantes ou narrativas distanciadas. A direção, dividida entre William Eubank e Ray Mendoza, este último veterano de combate e testemunha direta dos eventos retratados, entrega um longa que se destaca pelo rigor técnico e pela autenticidade nos detalhes táticos. Ainda assim, a produção escorrega justamente onde grandes filmes de guerra costumam se erguer: na falta de um discurso mais elaborado sobre o conflito retratado.

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Crítica: "Tempo De Guerra" (Warfare)
Crítica: “Tempo De Guerra” (Warfare)

“Tempo de Guerra” aposta em um realismo quase documental. O design de som é preciso e angustiante, com explosões abafadas por poeira e ecos de tiros cortando o silêncio com brutalidade. A cinematografia, marcada por planos subjetivos e enquadramentos fechados, coloca o espectador no limite da claustrofobia, reforçando o estado de tensão permanente dos soldados. A escolha de cores lavadas e iluminação naturalista contribui para a aridez emocional do ambiente.

A montagem é densa e controlada. A alternância entre momentos de silêncio tenso e choques abruptos de violência tem ritmo cirúrgico. Mesmo sem grandes variações de cenário, a progressão dramática se sustenta pela deterioração física e psicológica dos personagens, que se tornam lentamente parte do cenário em ruínas que os cerca. No entanto, o roteiro, escrito por Eubank e Alex Garland, recusa-se a oferecer qualquer tipo de contextualização mais ampla. Não há espaço para reflexão sobre causas, consequências ou contradições do conflito. O foco está restrito à experiência momentânea de sobrevivência.

Essa opção por um retrato puramente tático e emocional tem consequências ambíguas. Se por um lado confere realismo e evita didatismo, por outro retira do filme a densidade analítica que ele poderia (e deveria) possuir. Diferente de clássicos como “Platoon” ou “Apocalypse Now”, que partem da experiência do campo de batalha para fazer críticas incisivas ao absurdo da guerra, “Tempo de Guerra” se abstém de qualquer enunciação crítica. A guerra é retratada como um caos inevitável, sem agentes claros, sem motivações e sem juízo ético. A consequência é uma experiência intensa, mas incompleta.

O elenco é o maior trunfo dramático do filme. Joseph Quinn lidera com precisão uma atuação contida, alternando entre impulsividade juvenil e paralisia diante do trauma. Will Poulter e Cosmo Jarvis imprimem camadas emocionais genuínas a personagens que, em mãos menos comprometidas, cairiam no funcionalismo. Kit Connor e Michael Gandolfini acrescentam humanidade e fragilidade ao grupo, enquanto Charles Melton e D’Pharaoh Woon-A-Tai ampliam a diversidade da unidade retratada sem apelar a arquétipos. O comprometimento físico e emocional dos atores injeta densidade em uma narrativa que carece de profundidade no texto, mas encontra potência no corpo e no olhar dos intérpretes.

A ausência de perspectiva crítica sobre a Guerra do Iraque, mesmo sendo um conflito historicamente polêmico e politicamente carregado, limita o alcance da obra. Há uma clara oportunidade desperdiçada de articular uma leitura mais ampla sobre imperialismo, trauma, desinformação ou os dilemas éticos do combate urbano. O filme opta por silenciar essas questões, seja por escolha artística ou autocensura editorial uma decisão que o deixa à margem do panteão dos grandes filmes de guerra.

“Tempo de Guerra” funciona como um exercício técnico e uma vitrine de talentos emergentes. É eficaz em provocar reações físicas angústia, tensão, fôlego curto, mas falha em transformar essa visceralidade em reflexão. Sem discurso, sem posicionamento, o filme perde a chance de dialogar com o legado histórico da guerra que representa. É um espetáculo competente sobre o caos, mas que recusa explorar as raízes desse caos.

Como documento cinematográfico, é um registro intenso. Como filme de guerra, fica no meio do caminho entre a brutalidade encenada e a ausência de significado. Ainda assim, vale ser visto se não como obra definitiva, ao menos como termômetro de uma geração de intérpretes promissora e como retrato cru de um episódio muitas vezes ignorado pela ficção.

⭐⭐⭐

Avaliação: 3 de 5.

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