Crítica: “Terrifier 3”

Vamos lá, embarcar nessa “viagem” insana que é “Terrifier 3”! Se você achava que o palhaço Art já tinha dado o máximo de sua psicopatia nos dois primeiros filmes, é bom preparar o coração (e o estômago). O cara não só voltou, como trocou o Halloween pela vibe natalina, trazendo uma versão ainda mais brutal, sangrenta e, acredite, mais engraçada do que nunca.

Crítica: “Terrifier 3” | Foto: Reprodução

Quando digo que Damien Leone “cozinhou”, é porque ele literalmente tirou um prato completo da cozinha do terror. Com um orçamento mais robusto, esse filme finalmente teve a chance de ser o que “Terrifier” sempre quis ser: um massacre cinematográfico de respeito. Sabe aquela sensação de estar assistindo algo que ultrapassa o limite do que o bom senso te permite ver? Esse é o caso. Art, o palhaço (novamente vivido pelo maravilhoso David Howard Thornton), transcendeu qualquer expectativa de carnificina.

A abertura? Uma obra de arte grotesca. Se você é do tipo que fica insensível com um gorezinho básico, vai ver que “Terrifier 3” não está aqui para brincadeira. O filme parece ter passado da classificação R e ido direto pro NC-17 — e, convenhamos, se não fosse assim, não seria “Terrifier”. Aqui, violência e comédia de humor negro caminham lado a lado. Art, enquanto despedaça suas vítimas (literalmente), ainda arranja tempo para umas cenas tão absurdas que é impossível não dar uma risada nervosa, aquela do tipo “meu Deus, isso realmente tá acontecendo?”.

A adição de Lauren LaVera, minha gente… que foda! Ela não só mantém o nível do segundo filme, como eleva a atuação a um patamar que faz frente ao próprio Art. O equilíbrio que ela traz para a narrativa é sensacional, e é ela quem segura a onda quando o enredo precisa dar uma respirada entre um banho de sangue e outro. A química dela com a violência desse universo é algo que você raramente vê. Já a personagem de Johnathan, bom, esse foi jogado meio de lado, o que me deixou querendo mais, mas nada que afete o divertimento.

Agora, se Alfred Hitchcock com “Psicose” fez a galera pensar duas vezes antes de entrar no chuveiro, o que “Terrifier 3” vai fazer com as decorações de Natal, meu amigo, é brincadeira. A cada morte, a cada cena exagerada de tripas voando, o que fica claro é que o filme foi feito para quem curte um “terror doce“, aquele que te traumatiza na melhor maneira possível, mas que, no fundo, te faz rir de nervoso.

A única coisa que me deu uma torcida de nariz foi o papel da Vickie. Ela vinha ganhando destaque nos filmes anteriores, mas aqui parecia meio perdida, mal aproveitada, o que deixou sua presença meio irritante. Nada grave, mas poderia ter sido mais.

Enfim, Damien Leone não só se superou como provou que, quando o orçamento cresce, a qualidade vem junto. Se você estava na dúvida se essa franquia teria fôlego para continuar após o segundo filme, pode respirar aliviado (ou não, dependendo do quanto você curte um terror trash). Terrifier 3 é o ápice da insanidade com qualidade, e é aquele tipo de filme que você não assiste pelo enredo. Você quer ver é o Art fazendo o que ele faz de melhor: transformar o feriado mais acolhedor do ano num verdadeiro festival de pesadelos. E, olha, ele acerta em cheio.

Avaliação: 4 de 5.
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