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Crítica: “The Ugly Stepsister”

Texto: Ygor Monroe
23 de abril de 2025
em Cinema/Filmes, Resenhas/Críticas
0

“The Ugly Stepsister” é uma perturbadora reinterpretação do conto de fadas “Cinderela”, reinventado aqui como um conto gótico sobre obsessão, feiura, maternidade disfuncional e padrões de beleza inatingíveis. Sob a direção de estreia de Emilie Blichfeldt, o longa funde o grotesco corporal à fábula clássica, oferecendo um híbrido entre drama psicológico e horror estético. O filme estreou no Festival de Sundance de 2025, abrindo a Seção da Meia-Noite, e foi posteriormente exibido na mostra Panorama da Berlinale. Após sua estreia internacional, chegou aos cinemas dos Estados Unidos em abril de 2025, ainda sem previsão de lançamento no Brasil.

Assista ao trailer de “Caso Jean Charles: Um Brasileiro Morto por Engano”

Crítica: "The Ugly Stepsister"
Crítica: “The Ugly Stepsister”

A narrativa acompanha Elvira, jovem desprezada pela aparência, pressionada pela mãe Rebekka a passar por cirurgias brutais na tentativa de competir com sua meia-irmã Agnes, a bela e talentosa enteada que ameaça roubar a atenção do Príncipe Julian. A estrutura do filme é clássica, com ambientação de época, mas a lente é contemporânea e crítica: a beleza é moeda de sobrevivência, e a monstruosidade não está nas personagens, mas nas expectativas sociais que moldam seus corpos.

O destaque técnico absoluto está no design de produção. O cenário de época é estilizado sem recorrer aos clichês fáceis de filmes de vestimenta, como cenas de espartilho sufocante ou erotização da estética vitoriana. O figurino é cuidadosamente pesquisado, inclusive evitando erros históricos comuns em filmes do gênero. O compromisso com a acurácia visual é um gesto de respeito ao espectador e um contraponto inteligente ao grotesco que se desenrola em cena.

A trilha sonora se destaca pela justaposição entre o antigo e o atual, o que reforça o principal subtexto do longa: os padrões de beleza podem mudar de forma, mas sua lógica de opressão permanece a mesma. A música atua como elemento narrativo, refletindo a tensão entre o tempo passado do conto e as inquietações atuais sobre o corpo feminino.

As atuações são um dos pontos mais sólidos da obra. Lea Myren entrega uma performance que transita entre fragilidade, raiva, vulnerabilidade e horror físico. A atuação não apenas sustenta a narrativa, mas se impõe sobre ela em diversos momentos, especialmente nas cenas mais gráficas. Mesmo com um texto que não oferece grandes complexidades psicológicas às personagens, o elenco eleva o material com intensidade.

O horror corporal, embora presente em poucos momentos, é impactante. As cirurgias realizadas em Elvira rudimentares, dolorosas, quase ritualísticas geram desconforto e funcionam como alegoria extrema para o que a sociedade exige do corpo feminino. A subversão do conto de fadas é, portanto, formal e temática. Agnes, por sua vez, é menos uma antagonista e mais um símbolo da lógica meritocrática da beleza: triunfar não é apenas natural, é inevitável.

A estrutura narrativa, no entanto, carece de ritmo em certos trechos. O segundo ato, especialmente, gira em torno dos mesmos conflitos sem apresentar novas tensões. A proposta de mergulhar na degradação emocional e física de Elvira é válida, mas a execução nem sempre sustenta o interesse com a mesma força que suas cenas mais viscerais. Ainda assim, o final estranho e desestabilizador reafirma o controle da diretora sobre sua proposta estética.

O longa acerta ao não oferecer heroínas ou vilãs puras. Todas as personagens femininas são agentes e vítimas de um sistema estético opressor. A moral da fábula, se é que existe uma, reside na crueza da pergunta: o que resta de nós depois que somos moldadas para agradar os outros?

“The Ugly Stepsister” não é um filme universalmente acessível. Seus momentos mais extremos e seu desconforto visual e temático afastarão parte do público. No entanto, como exercício de cinema de gênero e comentário sociocultural, é uma estreia ousada. A estética, o som, o design e a coragem da abordagem elevam a obra além do simples revisionismo de conto de fadas. É, acima de tudo, uma alegoria sombria sobre como a busca por beleza pode se tornar uma forma de autodestruição coletiva.

⭐⭐⭐⭐

Avaliação: 3.5 de 5.

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