Misturar terror e comédia exige um equilíbrio preciso entre sustos genuínos e humor bem dosado, algo que poucos filmes conseguem executar com maestria. “Um Terror de Parentes” tenta essa combinação ao inserir um casal e suas famílias em uma situação típica de comédias de encontro entre sogros, mas com um elemento sobrenatural: um poltergeist que assombra a casa há mais de 400 anos. Embora essa premissa tenha potencial, o filme se apoia mais na excentricidade do elenco do que em uma narrativa bem estruturada, resultando em um produto final irregular.
Stranger Things: The Experience chega ao Rio de Janeiro

A direção de Craig Johnson, que já demonstrou competência em obras como “The Skeleton Twins”, tenta capturar a dinâmica caótica entre os personagens e o tom de paródia que permeia a obra. No entanto, a execução flutua entre momentos inspirados e sequências previsíveis. O filme busca inspiração no humor absurdo de produções como “Scary Movie” e na irreverência de clássicos do terror cômico como “The Evil Dead”, mas sem o mesmo refinamento na construção de ritmo e atmosfera.
O roteiro falha ao estabelecer um conflito claro e envolvente, apoiando-se excessivamente nas interações entre os personagens. Embora as tensões entre as duas famílias rendam algumas boas cenas, a estrutura narrativa parece fragmentada, com piadas que nem sempre funcionam e um desenvolvimento superficial do terror. O poltergeist, que deveria ser uma ameaça central, torna-se um elemento secundário, sem peso suficiente para impactar a história além de servir como gatilho para algumas gags visuais.
No quesito atuações, o elenco é, sem dúvida, o ponto alto do filme. Brandon Flynn e Nik Dodani entregam performances competentes e têm uma boa química, funcionando como um casal convincente. Brian Cox se destaca com sua presença imponente, enquanto Parker Posey e Lisa Kudrow garantem algumas das cenas mais divertidas com sua entrega carismática. Dean Norris, apesar de ter pouco tempo de tela, consegue aproveitar suas cenas com um timing cômico afiado.
Visualmente, a produção é funcional, mas pouco inventiva. A direção de arte e a fotografia não exploram plenamente o potencial da casa assombrada como um cenário atmosférico, resultando em um design de produção que parece genérico. Os efeitos visuais, quando utilizados, são eficientes dentro da proposta do filme, mas não acrescentam profundidade ao terror. Há uma tentativa de criar momentos assustadores, mas a ênfase excessiva no humor dilui qualquer tensão real.
“Um Terror de Parentes” é um filme que entretém de maneira despretensiosa, mas que poderia ter sido mais ambicioso tanto na abordagem do terror quanto na comédia. O elenco talentoso sustenta a experiência, mas a falta de uma narrativa mais consistente impede que o filme se destaque dentro do gênero. Disponível na Max desde 13 de março de 2025, a produção pode agradar a quem busca um passatempo leve, mas dificilmente deixará uma marca duradoura no público.
Fique por dentro das novidades das maiores marcas do mundo! Acesse nosso site Marca Pop e descubra as tendências em primeira mão.