Crítica: “Vidas Passadas” (Past Lives)

O aclamado “Vidas Passadas” chegou aos cinemas brasileiros em janeiro de 2024, pela California Filmes, e agora, em outubro, retorna para uma exibição especial no Koff – Festival de Cinema Coreano. Esse festival, que celebra a crescente influência da cinematografia sul-coreana no Brasil, traz o longa como um dos destaques da sua programação. Não é à toa que, após o estrondoso sucesso de “Parasita”, o público brasileiro se tornou um ávido consumidor desse estilo de cinema.

Crítica: “Vidas Passadas” (Past Lives) | Foto: Reprodução

“Vidas Passadas”, dirigido por Celine Song, é um mergulho emocional na vida de Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo), amigos de infância que são separados pelo destino e se reencontram 20 anos depois em Nova York. A trama explora temas profundos como amor, destino e as escolhas que moldam nossas vidas. Song constrói uma narrativa lírica e contemplativa, onde o tempo se dilata e contrai, permitindo que momentos breves pareçam durar uma eternidade e anos passem em um piscar de olhos.

A cidade de Nova York, assim como Seul, atua como um personagem silencioso, refletindo o peso do passado e o desejo pelo futuro. A câmera de Song desliza com uma fluidez quase líquida, e os cenários urbanos servem como lembretes da inevitável passagem do tempo. Os encontros de Nora e Hae Sung são cheios de melancolia, como se ambos desejassem parar o relógio, mas o mundo ao seu redor segue em movimento incessante.

O filme se destaca pela forma poética com que aborda o conceito de “in-yun“, a ideia coreana de que as conexões entre as pessoas são o resultado de incontáveis encontros em vidas passadas. Cada toque, cada olhar, carrega um peso quase espiritual, como se suas almas estivessem destinadas a se cruzar repetidamente.

“Vidas Passadas” é um daqueles filmes que permanecem com você muito tempo após os créditos finais. Não há respostas fáceis ou resoluções definitivas, apenas o anseio por algo que poderia ter sido. Celine Song cria uma obra que nos faz refletir sobre o que deixamos para trás e o que ainda está por vir.

Para mais informações sobre o Koff – Festival de Cinema Coreano basta clicar aqui.

Avaliação: 4.5 de 5.

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