Crítica: “Virgem Maria” (Mary)

“Virgem Maria”, lançado em 2024 e atualmente ocupando o segundo lugar no ranking das produções mais assistidas da Netflix em dezembro, promete ser um épico bíblico ousado. A proposta é contar a história mais antiga do mundo sob a perspectiva de Maria (Noa Cohen), a mãe de Jesus. No entanto, nem toda promessa acaba se cumprindo.

Crítica: “Virgem Maria” (Mary)

O filme acompanha Maria desde sua infância até o momento em que ela aceita seu destino como a escolhida para dar à luz ao salvador. Essa é uma abordagem intrigante, pois tenta humanizar e dar profundidade a uma figura tão venerada. Ainda assim, o roteiro é incapaz de equilibrar a grandiosidade da história com a necessidade de criar personagens e cenas que realmente prendam o espectador. O resultado é um filme que parece mais preocupado em parecer “importante” do que em ser impactante.

A interpretação de Noa Cohen é, sem dúvidas, um dos pontos altos. Ela confere a Maria uma aura de serenidade e graça, sem deixar de transmitir a força de uma jovem enfrentando desafios quase impossíveis. Entretanto, nem mesmo seu talento é suficiente para salvar um roteiro que se perde entre clichês e cenas exageradas. A tentativa de transformar Herodes (Anthony Hopkins) em um vilão no estilo de “Hannibal Lecter” é forçada, enquanto a inclusão de cenas de ação, como fugas e batalhas, soa deslocada e pouco convincente. Chega a ser desconcertante assistir a momentos que mais parecem saídos de um filme de aventura do que de um drama religioso.

Outro ponto que merece menção é o ritmo do filme. Por se tratar de uma narrativa tão conhecida, era fundamental que o diretor encontrasse uma forma de manter o público engajado. Infelizmente, o que temos é uma história que se arrasta, alternando entre momentos de lentidão extrema e sequências de ação abruptas que não combinam com o restante da obra.

A produção não economiza na estética: figurinos impecáveis e uma fotografia que captura a beleza da região onde a história se passa. Mas, como sabemos, visuais impressionantes não são suficientes para sustentar um filme. Falta ao longa a alma que faz com que histórias dessa magnitude fiquem na memória do espectador.

Apesar das boas intenções, “Virgem Maria” não atinge seu potencial. O filme traz momentos interessantes, como as reflexões de Maria sobre seu papel e sua relação com José (Ido Tako), mas esses fragmentos são sufocados por uma narrativa desconexa e escolhas estilísticas que desvirtuam a história original. É uma tentativa de reinvenção que carece de foco e profundidade.

Se você procura algo diferente dos clichês natalinos e está disposto a encarar algumas liberdades criativas, “Virgem Maria” pode ser uma opção curiosa. O filme de 2024 segue na lista do de destaques da Netflix.

Avaliação: 1.5 de 5.

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