Parece que “Viva a Vida” entrega exatamente o que se propõe a ser: um road movie leve, bem produzido e repleto de carisma. Cris D’Amato, conhecida por seu trabalho consistente no cinema comercial brasileiro, comanda a narrativa de forma segura, explorando as dinâmicas familiares e as descobertas pessoais dos protagonistas sem grandes ousadias, mas com um domínio técnico que garante uma experiência agradável.

O roteiro de Natalia Klein, embora não fuja dos clichês do gênero, tem uma abordagem eficaz ao construir uma história que combina comédia romântica, drama familiar e uma jornada de autodescoberta. Jéssica e Gabriel, vividos por Thati Lopes e Rodrigo Simas, são carismáticos o suficiente para carregar a trama, e a química entre os dois funciona bem dentro da proposta do filme. A relação entre os personagens é desenvolvida com naturalidade, e os conflitos geracionais adicionam um toque emocional à narrativa.
Além do texto bem estruturado, a produção acerta ao fazer de Israel um verdadeiro personagem dentro da história. O filme se beneficia das locações autênticas e da cinematografia que valoriza as paisagens, tornando a viagem dos protagonistas visualmente envolvente. Locações icônicas como o Muro das Lamentações, o Mercado Mahane Yehuda e o Mar Morto servem não apenas como pano de fundo, mas como elementos narrativos que enriquecem a trama. É um recurso inteligente, pois traz um frescor ao filme e adiciona um fator de curiosidade para o público.
O elenco, sem dúvidas, é um dos pontos altos. Além da dupla principal, veteranos como Regina Braga, Jonas Bloch e Daniel Filho elevam a produção com atuações que trazem credibilidade e emoção. Diego Martins, no papel do excêntrico guia de turismo, adiciona um alívio cômico pontual, sem exageros, equilibrando bem os momentos de humor com a carga emocional da história.
No entanto, “Viva a Vida” não pretende ser um filme inovador ou revolucionário. Ele se apoia nos elementos clássicos do gênero e os executa de maneira competente. O arco narrativo é previsível? Sim. As reviravoltas são fáceis de antecipar? Também. Mas a produção nunca se propõe a subverter expectativas, e essa honestidade na entrega de uma experiência leve e reconfortante é justamente o que faz o filme funcionar.
No final das contas, é aquele tipo de filme que conquista pelo conforto que proporciona. A direção segura, o roteiro funcional e o elenco carismático fazem dele uma escolha certeira para uma sessão despretensiosa, seja em família, entre amigos ou até mesmo sozinho, se você estiver em busca de uma história que aquece o coração sem exigir muito esforço. Dentro do que se propõe, “Viva a Vida” cumpre seu papel com louvor.
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