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Da “Aphrodite: Les Folies Tour” para o mundo: a turnê que lançou Kylie Minogue ao estrelato

Não foi com “Aphrodite: Les Folies Tour” que Kylie Minogue começou a construir sua reputação de estrela pop, mas foi com essa turnê que ela elevou sua arte a um patamar absolutamente inquestionável. Lançada em 2011 como suporte para o disco “Aphrodite”, lançado no ano anterior, a turnê se tornou um marco visual, técnico e conceitual dentro do universo dos grandes shows pop da década. Se o mundo já conhecia Kylie como hitmaker, a partir dali passou a enxergá-la como uma verdadeira diretora de espetáculo.

Da “Aphrodite: Les Folies Tour” para o mundo: a turnê que lançou Kylie Minogue ao estrelato

Com estrutura inspirada na mitologia grega e um investimento estimado em mais de 25 milhões de dólares, a turnê passou por Europa, Ásia, Oceania, América do Norte e África. O palco principal recriava um templo grego adornado por passarelas que levavam a um B-stage cercado por fontes, elevadores hidráulicos e plataformas giratórias. Era uma cenografia desenhada com minúcia quase cinematográfica, em que cada elemento físico participava da narrativa do show.

A ideia, segundo a própria Kylie, era simples e grandiosa ao mesmo tempo: transformar o palco em um oceano de sensações. “Com o nome ‘Aphrodite’ como ponto de partida, sabíamos que teríamos muito com o que brincar. Queria que o show fosse como estar em alto-mar, com ondas de amor e emoção”, explicou a cantora ainda em 2010, antes da estreia oficial da turnê. E foi exatamente isso que aconteceu. Um espetáculo eufórico, físico e emocionalmente generoso, onde a artista flutuava, dançava, se multiplicava e dominava os elementos.

Dividido em sete partes, o show se organizava em blocos temáticos que misturavam narrativa, design, coreografia e tecnologia. Desde o nascimento da deusa em uma concha dourada, inspirado em “O Nascimento de Vênus” de Botticelli, passando por odes ao jazz, ao pop eletrônico e à estética romana, cada bloco carregava uma identidade visual própria, mas que orbitava o mesmo universo mitológico e fantasioso. Kylie não se apresentava apenas como cantora, mas como uma entidade cênica um híbrido entre popstar, dançarina e personagem arquetípica.

Elementos de Broadway, Las Vegas e até mesmo de musicais modernos como “Spider-Man: Turn Off the Dark” foram fundidos à identidade do show. Para a criação do guarda-roupa, Kylie convocou a dupla Dolce & Gabbana, que entregou figurinos teatrais, esculturais e absurdamente glamourosos. O palco, com seus tanques de água, elevadores escondidos e passarelas hidráulicas, exigia um exército de mais de 100 profissionais e uma frota de 25 caminhões para ser transportado. Tudo para garantir que, noite após noite, o público saísse com a sensação de ter testemunhado algo maior do que um simples show.

Críticos ao redor do mundo se renderam. O The Guardian definiu o espetáculo como “um exercício de grandeza que só alguém com tamanha presença poderia sustentar”. O Billboard reforçou: “Minogue ainda é uma força musical subestimada, que deveria ser vista de perto sempre que possível”. Já o The Village Voice aclamou sua performance como “regal, íntima e absolutamente no controle”.

Mesmo com tamanha estrutura, foi o carisma inabalável de Kylie que sustentou o eixo emocional do show. Em meio a acrobacias, fontes, dançarinos vestidos como centuriões romanos e voos por cima da plateia, a cantora ainda encontrava espaço para falar diretamente com o público, fazer pedidos musicais e humanizar uma apresentação que poderia facilmente parecer inalcançável. A performance de “All the Lovers”, que encerrava o espetáculo com fontes, efeitos aéreos e uma multidão de corpos celebrando o amor, se tornou uma das cenas mais icônicas de sua carreira.

Vale lembrar que essa mesma artista chega ao Brasil com a turnê do disco “Tension” para um show único no Ginásio do Ibirapuera, para mais informações basta clicar aqui. Uma nova fase, novos sons, mas a mesma entrega apaixonada que tornou “Aphrodite: Les Folies Tour” um divisor de águas dentro da música pop ao vivo. Para mais informações sobre ingressos, clique aqui.

Em meio a tantas turnês que prometem e não entregam, Kylie Minogue provou com “Aphrodite: Les Folies Tour” que espetáculo também pode ser conceito, narrativa e emoção. E, acima de tudo, que o pop, quando bem arquitetado, é capaz de ser tão poderoso quanto qualquer obra cênica de elite.

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