Há quem insista em dizer que a cena rock autoral brasileira não consegue revelar mais ninguém. Os que afirmam isso certamente não estão procurando nos lugares corretos. Em Porto Velho, capital do estado de Rondônia, a banda Distopia é a prova evidente de que, sim, o rock no Brasil continua dando belos frutos.
Com forte presença na efervescente cena local, o grupo criado pelos compositores Vandrin Rodrigues e Hélio Vieira conseguiu bater a marca de um milhão de visualizações no youtube de sua música “Tempestade”, que de quebra ainda foi tocada em emissoras de rádio de Curitiba, São Paulo, Brasília e Porto Alegre.
Lançado em 2017, o primeiro álbum da banda, que inclui “Tempestade”, “Como Se Fosse Amanhã” e outras oito faixas, conseguiu boa repercussão, contando com a participação de músicos da cena de Porto Velho e gerando sementes bacanas.
A atual formação do grupo Distopia conta com Vandrin Rodrigues (guitarra e vocais), Ráfini Root (guitarra), Hugo Borges (vocal), Mikeias Belfort (baixo) e Renan Lima (bateria), um time entrosado que investe em consistentes composições próprias.
O som do quinteto é melódico, energético e com doses certeiras de poesia, idealismo e romantismo, com elementos de rock alternativo e influências bacanas como Oasis, Pink Floyd, Mutantes, Engenheiros do Hawaii, Queen, Zé Ramalho e Raul Seixas, só para citar algumas. Mas sem cair em cópias ou meras diluições.
“À Deriva” equivale a uma bela amostra do novo álbum da banda, com sua letra viajante, a interpretação vigorosa de Hugo e a sonoridade de power ballad bem defendida pelos músicos.
Ninguém seria mais adequado para produzir este trabalho do que Luiz Carlos Maluly. Ex-integrante da bem-sucedida banda setentista Lee Jackson, ele depois se tornou um dos mais badalados produtores musicais do Brasil, tendo em seu currículo o mitológico álbum “Revoluções Por Minuto” (1985), do RPM, e também marcantes CDs dos Engenheiros do Hawaii, Nau, Metrô, Rádio Taxi e inúmeros artistas de rock e de outros segmentos musicais.
Vandrin Rodrigues toca desde adolescente, e posteriormente se tornaria músico, atuando em bandas cover de Porto Velho (RO). Ele conheceu Mikeias e Ráfini em uma faculdade de arquitetura. O projeto da banda autoral surgiu com o advogado Hélio Vieira, que é o letrista de diversas músicas do Distopia.
Durante as gravações do primeiro álbum da banda, em 2017, firmou-se o relacionamento musical entre Vandrin e Hugo Borges, que fez a coprodução do álbum e também se incumbiu da sua mixagem e masterização, além de participar da faixa “CPI”.
O novo trabalho, com a produção de Luiz Carlos Maluly, equivale ao início de uma nova fase do Distopia, com Hugo no vocal principal e a consolidação do formato quinteto. Esse álbum virá em breve, com faixas compostas por seus integrantes, entre elas “Amor Sem Nexo”, “Por Acaso” e “Outro Lugar”, além de “À Deriva”.
Veja clipes da banda:
Tempestade:
Por Acaso :
Primeira Vez:
Amor Sem Nexo:
Como Se Fosse Amanhã: