A nostalgia dos dias em que podíamos transitar livremente pelas ruas e pelos bares levou Grapapo a constituir seu novo trabalho. Cantando sobre a ausência da vida boêmia, o artista carioca lança “Lar”. Na música, que chega às plataformas digitais junto à clipe dedicado nesta sexta-feira (26), o cantor revela seu sentimento nostálgico e anseios em meio à pandemia.
Cravando parceria com o rapper e produtor musical angolano J Burce, a música é um relato composto após um desabafo nos bastidores dos primeiros meses de pandemia, que levaram ao isolamento social, em 2020. “Eu compus a música ‘Lar’ de entre junho e junho de 2020, de acordo com os registros dos meus stories. Eu estava totalmente quarentenado com o meu amigo e sócio de vida Alvares”, diz Grapapo sobre a composição.
“Alvares me chamou para passar uma semana na casa dele produzindo outros projetos que iam desde estratégias de marketing digital a conteúdo para marcas. E foi aí que surgiu essa música, do nada”, comenta o artista.
“A música ‘Lar’ é uma contradição do que passei na quarentena, ainda mais eu que sou quase ‘100% rueiro’, onde fui obrigado a ficar em casa por uma doença letal, sabendo que ali embaixo da janela tinha um mundo que acontecia. A rua acontecia e deixou de acontecer, com todos presos em casa, o medo de não saber o dia de amanhã, pessoas morrendo e a felicidade esvaindo”, completa.
“Poderia passar dias aqui falando dessa música, mas acho que cada um deva entender o que for melhor com essa faixa, ela tá indo pro mundo, cada um interpreta como achar melhor”, explica Grapapo.
“Lar”, além de um desabafo despretensioso, tomou forma junto à participação de J Burce. Conhecido por suas produções dentro e fora do Brasil, o angolano é responsável pelo rap na música. “Mais tarde veio o J Burce, mas a gente só se falava por call, trocamos a ideia do feat via call, então foi super tranquilo também”.
“O J é um profissional multitasking, ele faz tudo, tudo mesmo! Eu admiro como o J põe o espírito nas coisas. O cara é produtor, compositor, artista, fala não sei quantos idiomas”, revela Grapapo.
Com uma série de referências musicais, que vão desde ritmos de maracatu, manguebeat, neo MPB, hard core melódico, emo, e passam por nomes como BaianaSystem, Chico Science e Nação Zumbi, Francisco El Hombre, o artista revela que a introdução da música tem leitura fácil para os fãs de uma banda em específico. “É inegável que as guitarras iniciais de Lar lembram os timbres do Braza, não foi proposital, apenas saiu. Eu sou fã dos caras desde que lançaram o trampo em 2016, mas posso afirmar que essa referência veio só nessa primeira música, o resto do trabalho está muito diferente”, finaliza Grapapo.