“Epifania”: Cristal explora a soul music em seu primeiro álbum de estúdio

A jornada de criação do álbum “Epifania” da cantora Cristal é uma verdadeira imersão nas raízes da Soul Music brasileira. O projeto, que levou três anos para ser desenvolvido, não apenas reflete a versatilidade sonora da artista, mas também é um marco na sua carreira. Cristal, conhecida por seu trabalho no rap e na poesia de rua, agora se aventura no universo da Soul Music, trazendo um projeto patrocinado pela Natura Musical.

“Epifania”: Cristal explora a soul music em seu primeiro álbum de estúdio | Foto: Divulgação

Inspirada por grandes nomes do Soul brasileiro, como Tim Maia, Cassiano e Sandra de Sá, Cristal compartilha que a conexão com essas influências foi natural, pois a música sempre esteve presente em sua vida familiar.Minha família é muito musical, a gente faz tudo cantando, batucando nas coisas“, ela conta. No entanto, ao longo dos anos, seu olhar amadureceu, e o processo de criação de “Epifania” trouxe uma nova sensibilidade ao revisitar essas influências. “O que mudou foi meu olhar que amadureceu e talvez ficou mais sensível ao consumir essas obras, agora adulta, e trabalhando com música“, reflete.

“Epifania” é um projeto que busca resgatar o passado, mas sem perder a contemporaneidade. A artista se debruçou sobre as memórias familiares, mergulhando em discos herdados do seu Tio Doni, da mãe e da avó, em busca de inspiração. “Esses artistas nunca saíram das nossas ‘playlists’. Em algum momento, no churrasco ou nas festas de fim de ano, tocam as mesmas músicas e cantamos como se fosse a primeira vez!“, diz Cristal, ressaltando o poder dessas vozes em moldar sua identidade musical. “Tudo que sou como artista tem um pouco de cada, uma poesia, uma melodia, uma atitude“, completa.

A nostalgia é um elemento chave em “Epifania”, que Cristal descreve como “uma foto antiga que traz nostalgia“. Ao falar sobre como essa sensação se manifesta nas faixas do álbum e na animação que o acompanha, ela explica que quis transportar o público para um baile black dos anos 70, mas ao mesmo tempo brincar com a atualidade. Não queria que as músicas soassem como uma ‘cópia’ ou paródia. Queria que fosse inovador e contemplasse essas origens BLACK!“, enfatiza a artista.

Outro ponto forte do projeto são as colaborações. O álbum conta com a participação de grandes nomes da música brasileira, como Drik Barbosa, Paulo Dionísio, Marietti Fialho e Fredi Chernobyl. Para Cristal, trabalhar com esses artistas foi uma honra. “Os feats todos fluem nesse universo do groove, da Soul Music. Cada um num segmento e uma admiração diferente também. Eu já escrevia músicas pensando nas colaborações, produtores e vozes“, revela. A presença de artistas de renome, além de familiares e amigos próximos, ajudou a construir a narrativa sonora que Cristal desejava.

A transição de Cristal do rap e R&B para a Soul Music foi marcada pela coragem. Vinda dos Slams e da poesia de rua, a artista explica que essa experiência foi crucial para sua jornada em “Epifania”. “O SLAM me deu coragem. É o que eu digo, pra entrar numa roda, na rua, com uma plateia de desconhecidos para declamar uma poesia autoral… Tem que ter coragem“, afirma. Essa coragem foi o que sustentou Cristal durante todo o processo de criação do álbum, especialmente nos momentos de insegurança. “Por mais que nesse processo de três anos do álbum eu tenha passado por momentos de insegurança, eu sabia que minha coragem de fazer o que brilhava os meus olhos era bem maior“, reflete.

Além da música, “Epifania” também se destaca pela dimensão visual, com uma animação de 20 minutos que acompanha o álbum. A ideia de criar essa narrativa visual surgiu de uma pergunta intrigante que Cristal se fez: “E se tivesse um lugar, onde todos os artistas vão quando criam suas melhores obras?“. A animação conta a história da personagem Soul, que representa a própria Cristal em sua jornada musical, acompanhada por um mentor inspirado em seu tio Doni. “Queria que o público entrasse no meu mundo, e acompanhasse minha viagem, meu processo“, explica. A animação serve como um elo entre a artista e seu público, uma conexão que vai além das músicas e se expande para o universo visual que Cristal criou.

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