Quem atravessou a juventude nos anos 90 carregou um medo quase folclórico do pescador com gancho que caçava adolescentes em “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado”. Era o tipo de filme que reunia amigos na sala, luz apagada, pipoca na mão e o coração disparando a cada esquina escura. Pois o universo desse terror pop está longe de ser enterrado. Agora, quase três décadas depois, ele retorna com força em “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado”, que estreia no Brasil no dia 17 de julho.
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Dessa vez, a direção fica nas mãos de Jennifer Kaytin Robinson, que também assina o roteiro ao lado de Sam Lansky. E quem faz a nostalgia subir pela espinha é a confirmação do retorno de Jennifer Love Hewitt e Freddie Prinze Jr. como Julie James e Ray Bronson. Os dois revisitarem seus papéis originais é o grande chamariz do longa, que promete tanto fisgar fãs antigos quanto colocar uma nova geração pra dormir com a luz acesa.
A trama se passa 27 anos após o massacre de Tower Bay. Um novo grupo de amigos, que pensa ter o futuro inteiro pela frente, acaba atropelando um pedestre numa noite qualquer. O desespero faz com que eles escondam o crime, mas a culpa logo se torna um companheiro diário. Um ano depois, começam a receber mensagens sinistras que expõem o segredo que juraram levar pro túmulo. Como se não bastasse, um assassino com gancho volta a caminhar pelas ruas, imitando o serial killer lendário que aterrorizou Southport em 1997. Para sobreviver, os jovens buscam ajuda justamente daqueles que já enfrentaram esse pesadelo antes.
A produção desse novo filme teve um longo caminho até sair do papel. Lá em 2014, a Sony já cogitava retomar a franquia com Mike Flanagan e Jeff Howard, apostando num reboot sem ligação direta com as histórias antigas. O projeto, que girava em torno de 20 milhões de dólares, foi engavetado e deu lugar a um hiato desconfortável para quem esperava ver o gancho brilhando de novo na tela. A chama reacendeu só em 2022, quando Robinson e a roteirista Leah McKendrick apresentaram uma nova proposta para o estúdio, desta vez dando sequência direta ao segundo filme, “Eu Ainda Sei o que Vocês Fizeram No Verão Passado”, de 1998.
Em fevereiro de 2023, o projeto finalmente foi aprovado. O produtor Neal H. Moritz, que esteve por trás dos originais, voltou a comandar o barco, garantindo um elo com o passado que faz toda diferença para fãs puristas. Ao longo de 2024, o elenco foi se formando: Madelyn Cline, Chase Sui Wonders, Jonah Hauer-King, Tyriq Withers, Sarah Pidgeon e Billy Campbell foram confirmados, enquanto nomes como Camila Mendes chegaram a negociar, mas não seguiram adiante. Ainda houve conversas para trazer Brandy Norwood de volta como Karla Wilson, embora o destino dessa personagem continue um mistério.
Um ponto curioso foi o próprio retorno de Freddie Prinze Jr. e Jennifer Love Hewitt. Prinze chegou a declarar publicamente que não tinha recebido convite formal e que o estúdio parecia estar usando seu nome só para movimentar o hype. Depois de uma conversa direta com Robinson, ele acabou convencido a mergulhar outra vez nesse universo. Hewitt, por sua vez, foi taxativa: só aceitaria retornar se Julie tivesse um papel realmente relevante, não um simples cameo nostálgico. Em entrevista, ela disse que não queria aparecer só por aparecer, e que faria sentido voltar 27 anos depois apenas se fosse para entregar algo que realmente impactasse o público. Sua confirmação oficial veio em dezembro de 2024 pelas redes sociais.
As filmagens começaram em outubro do ano passado na Austrália e terminaram só em março deste ano, com passagens também por Los Angeles. A fotografia ficou por conta de Elisha Christian e a trilha sonora tem assinatura de Chanda Dancy, o que indica um cuidado minucioso com o clima de tensão que o público tanto espera.
Fato é que “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” chega carregando um peso enorme de expectativa. Mais do que reviver um clássico, o filme parece querer reafirmar o valor dos slashers na cultura pop, mostrando que histórias de culpa, segredos e assassinos que surgem do nada ainda têm força para gelar a espinha. E se depender da nostalgia coletiva, o gancho já está afiado para fisgar quem ousar olhar pelo retrovisor.
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