Nos primeiros dias de 2020, quando Fernanda Abreu deu início a pré-produção do registro audiovisual do show “Amor Geral”, ela – e ninguém – imaginava o que as semanas seguintes reservavam. Até então, o coronavírus era um problema da China e países vizinhos. Porém, na mesma velocidade em que a produção da gravação corria, o coronavírus correu e se tornou uma pandemia. Era impossível imaginar ou ter qualquer dimensão do impacto na vida de todos ao redor do mundo. Uma situação inédita na era da tecnologia. Um desafio que ainda atravessamos. Um inimigo invisível, que nos ameaça e afasta socialmente, a ser derrotado.
Ao Caderno Pop, Fernanda contou sobre o susto ao ter que praticamente cancelar o show: “Foi uma loucura, porque a gente não estava esperando nada disso. A gente chegou no Imperator, todo mundo se beijando, se abraçando, coisa impossível hoje. Eu confesso que quandon chegaram com o decreto, tentei argumentar: entendo o decreto, mas geralmente é pra semana que vem ou o Rio de Janeiro vai fechar amanhã, mas agora, com todo mundo lá fora, esperando pra entrar no show? Foi uma loucura. Eu acho que tomei a decisão certa porque, agora, olhando pra trás, acho que nunca mais eu ia conseguir fazer esse registro desse show. Os músicos, estamos desde o dia 13 de março sem se encontrar, sem tocar, a gente vinha de uma turnê e hoje fico feliz de ter na minha carreira esse DVD pra ficar ra eternidade. Quando meu selo assinou essa parceria com a Universal, pensei se a Universal queria fabricar esse DVD físico, então sim, vai ter CD e DVD!”, comemora.
A HISTÓRIA:
No dia 13 de março, data marcada para o registro do show, a fila no teatro Imperator já transbordava de fãs e expectativas – expectativa também da artista, músicos, bailarinos e equipe – quando foi decretado o isolamento social na cidade do Rio de Janeiro e, consequentemente, a evacuação das dependências do Centro Cultural João Nogueira (Imperator). A responsabilidade e o carinho que Fernanda Abreu tem com as pessoas que a acompanham, levaram a cantora a tomar a decisão certa: seguir com a gravação e registrar a turnê do show que atravessou inúmeras capitais, interiores, comunidades no Rio e em São Paulo, sendo também destaque em grandes festivais, como o Rock in Rio. O que Fernanda Abreu não esperava é que o formato do registro do show ao vivo, teria que se dar sem plateia!
Então, diante da circunstância em que foi gravado/filmado o show, Fernanda resolveu batizar o projeto de “Amor Ggeral – (A)Live”. Sim, naquele dia 13/03/2020 estava sendo inaugurada, involuntariamente, a única alternativa de apresentação artística durante a pandemia do Covid19 – as “Lives”, ou seja, apresentações de shows sem a presença do público. Até a finalização deste release, nenhuma vacina para a Covid foi aprovada, o que continua impossibilitndoa a produção de qualquer evento com aglomeração de pessoas.
Diante desse cenário, “Amor Ggeral – (A)Live”, renova com força total o seu propósito: dar voz ao que é urgente e necessário: o amor geral. E o que cabe neste amor geral? Cabe a tolerância e o desejo de igualdade social, cabe o amor em todas as suas vertentes e camadas, cabe o amor enquanto bálsamo aos que sentem dor, aos que estão isolados da família, cabe respeito e gratidão aos que estão na linha de frente… O amor como a resposta mais poderosa nesses tempos onde a fragilidade do ser humano é revelada e desafiada. “Amor Ggeral – (A)Live” é um veículo latente que transporta e conecta pessoas através da música e da dança.
Considerada a mãe do pop dançante brasileiro, Fernanda Abreu apresenta no show Amor Geral, e agora nesse registro em DVD, excelente performance vocal e corporal, cantando e dançando, reafirmando o status atemporal de sua obra.
“Amor Ggeral – (A)Live”, Fernanda Abreu apresenta seis músicas do álbum homônimo, alguns hits de sua emblemática discografia, como “Garota sangue bom”, “Veneno da lata”, “Kátia Flávia” e, claro, o hino chapa quente: “Rio 40 graus”. Direto do lado B, e surpreendendo a todos, Fernanda incluiu neste show a pop-sexy “Bidolibido” e o hino–manifesto pacifista “Eu vou torcer”, de Jorge Ben Jor.
Ela só anda bem acompanhada: Fernanda divide o palco com sua banda poderosa, composta por músicos que dispensam apresentações, como Tuto Ferraz (bateria e programação eletrônica), André Carneiro (baixo), Fernando Vidal (guitarra) e Thiago Gomes (teclados). Completam o time, Alegria Mattus, nos vocais, e a bailarina Victórya Devin.
Completando a experiência sonora e visual, Luiz Stein assina a video cenografia que tomou conta de um telão de LED e, junto com a iluminação criada por Carlos Firmino, transformou a apresentação numa experiência avassaladora de som, imagem e dança. O figurino da turnê e deste registro, é uma criação do inventivo Rogério S. Já a coreografia, Fernanda Abreu assina ao lado de Cristina Amadeo. A direção artística é da própria Fernanda – que cuidou de cada detalhe para este registro especial.
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