Há filmes que se agarram a um mistério e não soltam até o último segundo, e “A Hora do Mal” sabe exatamente como manter o espectador refém dessa tensão. O longa começa como um quebra-cabeça macabro, com capítulos que apresentam personagens diferentes, até que as peças se encaixam em torno de um evento tão bizarro quanto perturbador: o desaparecimento coletivo de uma turma inteira de uma escola primária.
- Seara cria ação para levar seguidores ao The Town 2025; saiba como participar
- Perdigão Na Brasa sorteia ingressos para NFL e prêmios semanais de R$ 700
- Ana Castela promove experiência olfativa de perfume com a Jequiti

Todas as crianças, menos Alex, simplesmente somem na mesma noite, às 2h17. No rastro dessas pistas, surge Gladys, uma mulher que se apresenta como tia do garoto. Por trás do semblante frágil, existe uma figura antiga, marcada por rituais sombrios e manipulação. Gladys mantém as crianças escondidas no porão, sugando suas energias para prolongar a própria vida.
O clímax acontece quando todos se reúnem na casa de Alex. O que poderia ser o confronto final vira um jogo perverso armado pela bruxa. Ela rompe o círculo de sal que limitava sua força e transforma dois adultos, Paul e James, em armas vivas contra Justine e Archer. O que era resgate se torna massacre, e o sangue espalhado serve como combustível para o horror.
É Alex quem vira a chave do destino. O garoto refaz o feitiço usando um dos galhos ritualísticos de Gladys e, ao quebrá-lo, corta sua ligação com o poder. A bruxa tenta fugir, mas é capturada pelas crianças que antes estavam sob seu controle. Elas a destroem, encerrando o ciclo que drenou a vida de tantos.
O filme, porém, não entrega um “felizes para sempre”. Dois anos depois, a narradora — uma das sobreviventes — revela que as crianças voltaram para a rotina, mas muitas ainda reaprendiam a falar. Já os pais de Alex, usados como fonte principal de energia vital, permaneciam internados, quase vegetativos. O dano foi profundo demais para ser revertido.
A origem de Gladys continua um enigma. Em alguns momentos ela é apresentada como tia-avó da mãe de Alex, em outros como parente ainda mais distante. Seus hábitos, vocabulário e até termos médicos ultrapassados indicam que ela vive há gerações, sustentando-se através de rituais de roubo de energia. É um monstro que atravessa o tempo, disfarçado de figura familiar.
O simbolismo de “A Hora do Mal” vai além da bruxaria. O roteiro aponta para um egoísmo humano tão corrosivo quanto o sobrenatural, mostrando adultos que agem por conveniência, interesse próprio e descaso. Gladys é a expressão máxima desse comportamento, mas não é a única. Ao longo da trama, vários personagens manipulam, exploram ou ignoram o sofrimento alheio. É um horror que não depende de magia para existir.
Há também a escolha narrativa de dividir o filme entre dois mundos: o das crianças e o dos adultos. A história é contada por uma menina, como uma lenda que atravessa gerações, preservada na memória dos pequenos enquanto os mais velhos preferem fingir que nada aconteceu.
O resultado é um final que não busca conforto, mas deixa uma cicatriz. Gladys morre, o feitiço é quebrado, mas o trauma permanece. “A Hora do Mal” termina lembrando que alguns horrores sobrevivem ao fim da história.
Fique por dentro das novidades das maiores marcas do mundo! Acesse nosso site Marca Pop e descubra as tendências em primeira mão.






