Com sensibilidade, reviravoltas e uma protagonista em busca de pertencimento, “Cartas do Passado” conclui sua temporada com uma revelação impactante e uma decisão emocional que desloca o peso do sangue em favor do amor vivido. A produção turca, que segue entre as mais assistidas da Netflix Brasil, constrói sua narrativa sobre a pergunta que a move desde o primeiro episódio: quem é a verdadeira mãe de Elif?
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A resposta só vem no final, depois de uma investigação guiada por cartas antigas e lembranças fragmentadas. Elif, interpretada por Güneş Şensoy, encontra documentos escritos por ex-estudantes de uma escola nos anos 2000 e passa a reconstruir sua história a partir dessas pistas. Inicialmente, tudo indica que Seda, uma das jovens do clube literário, seria sua mãe biológica. Mas a morte precoce dela, vítima de uma overdose, exclui essa possibilidade. Em seguida, Zuhal se apresenta como a mãe de Elif, mas a farsa é desmascarada quando a caligrafia da carta original é comparada com a de Banu.
É então que o segredo mais íntimo e doloroso da série vem à tona. Banu é a mãe biológica de Elif. Ela engravidou de Murat durante um breve envolvimento, manteve a gestação em segredo e entregou a filha aos cuidados de Fatma Ayar, professora da escola que acabou assumindo a maternidade de fato. Essa verdade, guardada por anos, redefine o passado dos personagens e dá novo sentido à jornada de Elif.
No aniversário da protagonista, o jantar que reúne Banu e Zuhal promete confronto, mas Elif surpreende. Em vez de buscar explicações, ela declara que Fatma foi sua verdadeira mãe. Mesmo diante da descoberta biológica, Elif opta por reconhecer o amor como único critério de pertencimento. A morte recente de Fatma, vítima do Alzheimer, torna esse gesto ainda mais comovente. A escolha de Elif encerra sua busca com maturidade e entrega à personagem uma paz que independe da origem genética.
A revelação também impacta os outros personagens. Murat, agora consciente de sua paternidade, tenta se reconectar com o filho adotivo e redirecionar sua vida. Banu decide recomeçar ao lado de Mert e parte para a Alemanha. Zuhal, envergonhada por sua mentira, se afasta das redes sociais e busca uma vida mais autêntica.
Mais do que solucionar um mistério, o desfecho de “Cartas do Passado” propõe uma reflexão sobre o que realmente define uma mãe, uma família, uma origem. O afeto vivido por Elif supera a biologia, e sua escolha final funciona como resposta simbólica ao dilema que sustentou toda a narrativa. A série encerra sua história com delicadeza e força, consolidando-se como mais um drama turco que emociona e propõe discussões relevantes.
Por enquanto, “Cartas do Passado” segue classificada como série limitada. A Netflix não anunciou uma renovação. Mas, diante da boa recepção do público, nada impede que a história retorne em novos formatos, spin-offs ou continuações. Até lá, o que fica é um final potente, em que verdade, perda e amor se entrelaçam sem prometer grandes recomeços, mas oferecendo, ao menos, um ponto final cheio de sentido.
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