A franquia “Invocação do Mal” chega ao seu ápice com o quarto filme, “O Último Ritual”, encerrando a trajetória de Ed e Lorraine Warren de maneira intensa e definitiva. A produção equilibra terror sobrenatural, drama familiar e suspense, oferecendo uma despedida à altura do casal que se tornou referência no cinema de horror moderno ao enfrentar forças invisíveis que assombraram famílias reais. Este é um filme que não se limita a sustos, mas também explora o peso emocional de quem dedicou a vida à batalha contra o inexplicável.
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O enredo se desenrola em múltiplos períodos, começando em 1964, quando Ed e Lorraine investigam um espelho amaldiçoado. O objeto, carregado de energia maligna acumulada ao longo de séculos, quase provoca a morte de Lorraine durante o parto da filha Judy, deixando cicatrizes profundas que atravessam gerações. Anos depois, o espelho ressurge na residência da família Smurl, trazendo fenômenos paranormais ainda mais violentos. Judy, agora adolescente e com dons psíquicos ampliados, assume o protagonismo, investigando por conta própria os acontecimentos que levaram à morte do padre Gordon.
O filme constrói a tensão ao mostrar que o poder do espelho não é apenas sobrenatural, mas histórico, conectando assassinatos e tragédias da família Smurl à herança de objetos amaldiçoados que os Warrens coletaram ao longo da vida. A batalha final não se resume a sustos ou efeitos visuais, mas ao encontro de fé, coragem e união familiar, quando Judy e Lorraine unem seus dons psíquicos e Ed contribui com orações, quebrando o vínculo do espírito com o artefato. O espelho é finalmente destruído e encaminhado ao museu oculto dos Warrens, um santuário que concentra toda a história de investigações e objetos possuídos.
A presença de Judy é um dos elementos mais significativos desta narrativa. Até então figurante nas histórias anteriores, ela assume o papel de herdeira do legado dos pais, sinalizando que a franquia pode continuar mesmo após o encerramento da trajetória de Ed e Lorraine. Sua jornada representa a passagem de bastão, mas também a luta da nova geração para enfrentar o sobrenatural sem se perder emocionalmente, refletindo uma linha narrativa que mistura horror e amadurecimento pessoal.
O desfecho emocional do filme oferece um contraste com o terror: Judy se casa com Tony, cercada pelos personagens que povoaram os filmes anteriores. Ed e Lorraine, já envelhecidos, refletem sobre a vida dedicada à investigação do paranormal. O último plano, com o casal dançando no casamento da filha, é delicado e simbólico, marcando o encerramento de uma saga que construiu não apenas sustos, mas também histórias humanas profundamente conectadas ao sobrenatural.
O legado dos Warren é reforçado nos textos finais. Ed sofreu um derrame aos 74 anos, Lorraine cuidou dele até sua morte, e faleceu aos 92. A narrativa do filme aproveita essa base real para mergulhar o espectador em uma sensação de realidade assustadora, transformando o terror em algo tangível, quase documental. A pós-créditos reforça esse aspecto, mostrando fotos reais dos Warrens durante investigações, imagens do espelho amaldiçoado, flashes de Annabelle e registros demoníacos que deixam claro que a história do mal invisível não termina na tela.
O “Espelho de Invocação”, central na trama, não é apenas um objeto de ficção: está guardado até hoje no museu dos Warrens, reforçando a ideia de que a franquia tem espaço para continuar explorando artefatos possuídos, novos personagens e famílias em perigo. Judy emerge como protagonista potencial de futuras histórias, enquanto o legado do casal permanece vivo, fundindo realidade e ficção de maneira perturbadora e fascinante.
O Último Ritual não entrega apenas terror: entrega reflexão, legado e emoção. É um encerramento de franquia que respeita a história dos personagens, mas que também abre portas para o futuro. Os créditos finais não escondem surpresas artificiais, mas oferecem uma conexão direta com o mundo real, lembrando que o medo é mais potente quando sabemos que aconteceu de verdade.
Se você terminar de assistir e ainda estiver tremendo, fique até o fim dos créditos. Não há cliffhanger hollywoodiano, não há ação forçada: há verdade, história e horror puro. E, no universo de “Invocação do Mal”, a realidade é sempre mais assustadora do que a ficção.
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