Entrevista: Gabriel Porto fala do início de carreira, próximos planos e reflete sobre o mercado da música

Sabemos que, diariamente, milhares de músicas são lançadas nas plataformas digitais. Dentre elas, uma alta porcentagem são de artistas independentes, que produzem suas próprias músicas e não tem grandes investimentos por trás do projeto. Mas, ainda assim, temos artistas brasileiros que se destacam no cenário atual.

Com seu pop envolvente, Gabriel Porto alcançou mais de 9 milhões de streams nas plataformas digitais e, em um bate-papo, nos conta sobre o início de carreira, planos para o futuro e, por fim, reflete sobre o mercado da música e a importância de parceiros comerciais. Confira!

CP: Conte um pouco da sua trajetória, como iniciou na música e quais foram os momentos-chave da sua carreira?
Gabriel Porto: Minha aventura na música começou como uma forma de expressar meus sentimentos, e paixão por compor. Trabalhava de garçom e vendendo plano de celular de porta em porta com 16/17 anos — na cara e na coragem. Grana curta, mas o amor pela música nunca me deixou desanimar. Sempre tive força pra seguir. Na época, estudava violão erudito no conservatório de Tatuí e viajava toda semana para estudar. Logo após estudar uns anos por lá, comecei a cursar licenciatura em Música na UFSCar. Foi tipo entrar num parque de diversões novo, com mudanças de estilo, descobertas sobre mim mesmo e, é claro, muita música no meio. No corre natural da vida, sempre mantive a composição e o amor pela natureza e inspiração em Deus como meu farol.

A reviravolta mais inusitada foi quando pintou o convite pro clipe do Malifoo, que participei atuando. No dia da gravação, aproveitei pra mostrar minhas próprias músicas. Os caras curtiram tanto que me chamaram pra conhecer o estúdio em São Paulo. De vendedor de planos de internet pro cenário musical, foi uma mudança e tanto. E foi dessa mistura que nasceu “Fica Bem”, faixa que acabou viralizando nas plataformas com muitos streams e deu um up na minha carreira.

CP: Em “Fica Bem”, você alcançou 4 milhões de streams, sendo um artista independente. Quais foram suas estratégias de divulgação? Você acredita que seja a sua música mais forte?
GP:Fica Bem” foi um daqueles contos que parece que o universo conspirou a favor. A parceria com os DJs Liu e Malifoo, tudo isso fez a mágica acontecer. Uma mistura de sorte, uma ajudinha divina, e, claro, toda a consistência que coloquei em compor e produzir minhas próprias músicas. Eu estava no lugar certo na hora
certa, e a coisa toda se alinhou perfeitamente! Mas não sinto que seja minha música mais forte, acho que a mais forte é sempre a que eu componho por último (risos) — e esse ano ainda teremos muitas! No meio desse processo, eu literalmente saí por aí distribuindo panfletos da minha música pedindo para as pessoas fazerem o pré-save. Bati de bar em bar, de balada em balada em São Paulo, divulgando minha música que estava prestes a sair. Além disso, produzi vídeos para o YouTube para criar uma conexão mais próxima com o público. Foi um esforço total, e ver o resultado é incrivelmente gratificante.

Agora, falando de independência, “Tudo Certo” foi um projeto totalmente meu. Sem grandes investimentos, produzi tudo por conta própria. E olha só: ultrapassou a marca de 420 mil plays. É simplesmente incrível ver como a música e a arte têm esse poder de quebrar barreiras. Esse número significa muito para mim, mostrando que, mesmo sem uma mega estrutura, a paixão e a dedicação podem fazer toda a diferença. É um lembrete de que quando a música é feita com o coração, as pessoas percebem e se conectam. Mal posso esperar para ver o que o futuro reserva!

CP: Em dezembro você lançou “Café com Hortelã”, que traz a sua essência ‘pop leve’, esse é o gênero que você pretende seguir em 2024?
GP: Café com Hortelã” é uma daquelas músicas que já tinham um tempinho na gaveta, sabe? Eu a compus lá nos tempos da faculdade, em 2016, mas só agora senti que era o momento certo para lançar. É engraçado como algumas músicas têm esse tempo certo, né?

Sobre o futuro, com certeza quero continuar na vibe do pop com batidas envolventes. É o meu lugar, é onde me sinto em casa. De vez em quando, vou jogar umas músicas mais leves no meio, como o caso de “Café com Hortelã”. Esse estilo é super importante para mim, cara. Eu consumo bastante esse tipo de música, e tem algo nessa pegada mais leve que me faz muito bem. Então, sim, em 2024, você pode esperar mais desse pop com uma pitada minha, com certeza!

CP: O que o público pode esperar para este ano? Teremos novos lançamentos e shows?
GP: Para 2024, estou cheio de planos empolgantes. A ideia é produzir mais, colocar minha cara no mundo presencial e fazer mais shows. Tenho uma lista de músicas prontas para serem lançadas, e a intenção é virar a chave para ter mais constância no processo de lançamento. Estou super animado com a perspectiva de compartilhar mais da minha arte com o público. Conto com o apoio da Magroove, que entrou no meu time no meio do ano passado e tem sido fundamental para me impulsionar nesse lado artístico. Às vezes, como artistas, ficamos tão imersos nos sentimentos que esquecemos que o mundo lá fora é prático, e as músicas precisam sair do papel. Com esse suporte, estou confiante de que conseguiremos dar vida a muitos projetos este ano. Então, sim, pode esperar por novos lançamentos e, com sorte,
mais shows para compartilhar essas experiências ao vivo com todos!

Esse ano também tenho alguns nomes legais que vão somar com parcerias incríveis e músicas lindas. Mal vejo a hora pra tudo ser realidade e eu poder divulgar. Por enquanto, sigo focado em produzir e quando chegar o momento conto tudo para vocês. Mas já adianto que vai ter mais pop, músicas dançantes e muito alto astral!

CP: Para você, qual a importância e a diferença em ter parceiros do mercado da música, como sua distribuidora, e no que isso transforma o seu trabalho?
GP: Vejo as parcerias comerciais e musicais como partes essenciais da arte, assim como na indústria, nas escolas, na família e nas amizades. Uma andorinha só não faz verão. É importante somar, ter vários pontos de vista e construir com o coletivo. Para mim, a parte burocrática pode ser um desafio, e a Magroove, por exemplo, entrou nesse cenário somando muito. Além disso, as parcerias musicais são incrivelmente importantes para que o público de um artista some ao do outro. Assim, artistas relevantes em nichos diferentes podem compartilhar seus públicos, expandindo sua comunidade. Já percebo que comunidades assim existem com grandes artistas, então nós, independentes, precisamos nos unir, criar mais juntos, produzir conteúdos e realmente dar as mãos uns aos outros.

As parcerias sempre me ensinam, tanto em questões de produção quanto na hora de compor ou criar junto. É incrível perceber como a arte tem várias formas de se conectar e se expressar, e essa troca constante enriquece não só o meu trabalho, mas toda a cena musical.

Acompanhe o artista nas redes sociais:
https://www.youtube.com/@GabrielPorto
https://www.instagram.com/gabrielportomusic/

{Fotos: Divulgação]

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