O que fazer quando é necessário disfarçar-se de si mesmo, mostrar que é mais forte, para se encaixar em uma situação? Mesmo com tantas conquistas na luta feminista, a mulher ainda é vista em uma posição menos priviligiada da sociedade, precisando, muitas vezes, mascarar certas fragilidades para ser aceita em determinados lugares. Mas esse disfarce tem prazo de validade, e é sobre momentos com estes, em que não cabe mais esconder essa vulnerabilidade que canta Jenni Mosello em seu novo single “Disfarço”. Com referências que passeiam pela arte renascentista, a melancolia e o pop alternativo, a cantora, que foi vice-campeã do The X-Factor Brasil, lança o clipe e a música nesta quarta, dia 20.
“É uma composição especial para mim, com um significado muito forte na minha vida e sei que muitas mulheres vão se identificar. A ideia é causar essa reflexão sobre o porquê não podemos ser nós mesmas o tempo todo. Assim como qualquer ser humano, temos dias bons, outros nem tanto, e nem por isso somos piores que alguém. Trouxemos também essa proposta no clipe, com a reprodução da obra “A Melancolia de Maria Madalena”, da Artemisia Gentileschi, uma precursora do feminismo na arte renascentista”, conta Jenni Mosello.
A composição da faixa é assinada pela própria artista, ao lado de Sa Lopez, Renato Frei, Jackie Apostel e Lucas Vaz, e a produção audiovisual ficou por conta de Hideki. Na identidade do clipe, Jenni destaca sua conexão com a arte para além da reprodução da obra; a paixão da cantora pelo universo artístico fica evidente em cada detalhe, minimamente pensado para criar uma narrativa fluida e potente. O lançamento é um produto ONErpm e faz parte de uma série de novidades que a artista promete para 2021, trazendo uma pegada inédita ao pop brasileiro. “Estou muito ansiosa para o público conhecer esse trabalho tão lindo que fizemos, espero que gostem”, completa a cantora.
A arte sempre fez parte da vida de Jenni Mosello, que nasceu no Brasil mas viveu até os 12 anos de idade em Roma, na Itália – um dos principais centros artísticos do mundo. Rodeada por museus, exposições e grandes obras da história da arte, a jovem, filha de pai italiano e mãe brasileira, começou ali a construir seu repertório cultural e despertar o interesse por esse universo.
Ainda que fosse apaixonada por música desde criança, a vice-campeã do The X-Factor Brasil (2016) tentou seguir outro caminho profissional antes de viver como artista. Durante a faculdade de psicologia, aos 18 anos, Jenni gostava de cantar em festas, para os amigos, e tentava conciliar a carreira de cantora com as aulas e o trabalho fora dos palcos. Porém, não demorou muito para decidir ir atrás dos seus verdadeiros sonhos. Quando ofereceu sua banda de Jazz como atração em um hotel em Curitiba (PR), a artista viu seu futuro foi ganhando novos rumos.
Em 2014, participou do espetáculo “Queen Symphonic Tribute”, em homenagem ao Freddie Mercury, ao lado de nomes como Tiago Iorc e Ana Cañas, em uma das casas de show mais respeitadas da capital paranaense, a Ópera de Arame; ali provou aos pais, e a si mesma, que estava pronta para seguir exclusivamente como cantora. Com forte influência do Jazz, seu primeiro EP autoral, Sketches, foi lançado no ano seguinte, com show de estreia realizado no Museu Oscar Niemeyer, que rendeu ingressos esgotados e uma sessão extra, provando o tamanho do potencial da artista.
Em seguida, foi convidada a participar das audições para o programa The X-Factor Brasil, no qual venceu em 2º lugar e pôde mostrar ao Brasil a grande cantora que é. A partir desta conquista, lançou sua primeira canção autoral em português, “Disk Me Quer”, e, em 2018, divulgou seu álbum de estreia “JENNI”, que conta com as faixas “Eu Não Vou”, em parceria com o cantor curitibano Chameleo, e o sucesso “Vou Gritar”, que ostenta mais de 830 mil views no videoclipe. No ano seguinte deu início à carreira de compositora, assinando canções para Cleo, As Baías, Chamaleo, entre outros grandes nomes da música brasileira.
No ano mais resiliente dos últimos tempos, a artista apresentou a música “Menina Má”, composição própria, baseada em uma sugestão de uma fã e primeira canção do seu novo projeto, que ganha novos capítulos em 2021. Inspirada pela jornada das mulheres nas artes e sua relevância para a história de grandes obras clássicas, Jenni Mosello traz referências inovadoras para o pop alternativo brasileiro, exaltando sua personalidade musical sensível e envolvente.